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Ilhas de frescor no Rio: 9 lugares para fugir do calor sem ir à praia no verão
Parques urbanos, áreas arborizadas e cachoeiras formam uma rede de refúgios climáticos espelhados pela cidade, especialmente nas Zona Norte e Oeste
Mesmo com temperaturas cada vez mais elevadas, o Rio demonstra neste verão que ainda é possível encontrar alívio em áreas onde a sombra, a água e a vegetação ainda dominam a paisagem. Longe das praias, os parques urbanos, florestas e cachoeiras formam ilhas de frescor que auxiliam a população a enfrentar o calor extremo e oferecem lazer acessível em diferentes regiões da capital.
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Enquanto o município se prepara para o verão 2025–2026, com ações previstas no Plano Verão, parques, florestas urbanas e áreas arborizadas já cumprem um papel essencial: funcionam como ilhas de frescor capazes de reduzir significativamente a sensação térmica, sobretudo em regiões afastadas do litoral, onde o calor costuma ser mais intenso.
Veja abaixo nove ilhas de frescor no Rio que ajudam a enfrentar o calor intenso sem precisar ir à praia:
Caribrejo:
Parque Nacional da Tijuca — Setor Floresta da Tijuca
Localizado na maior floresta urbana do Brasil, o Parque Nacional da Tijuca é um dos principais reguladores naturais da temperatura na capital fluminense. Estudos do ICMBio, órgão responsável pela gestão do parque, indicam que bairros próximos à floresta podem registrar até 10 graus a menos do que áreas densamente urbanizadas. Em 2024, mais de 4,6 milhões de pessoas visitaram o parque.
Entre os diversos setores do lugar, o Floresta da Tijuca é o mais procurado no verão, por reunir mata fechada, sombra constante e águas geladas naturais, funcionando como verdadeiro refúgio climático para cariocas e turistas.
Acesso: pelo Alto da Boa Vista.
Entrada: gratuita.
Cachoeira das Almas
Localizada a cerca de três quilômetros do portão principal da Floresta da Tijuca, no Alto da Boa Vista, na Zona Norte, a Cachoeira das Almas é uma das mais conhecidas do parque. A trilha é de fácil acesso, tendo muitas etapas planas e acompanha o Riacho das Almas.
Além do frescor proporcionado pela água e pela Mata Atlântica, o local tem relevância histórica, ligada às práticas religiosas.
Cascata da Baronesa
Com acesso fácil e rápido, a Cascata da Baronesa fica sob uma ponte da Estrada Major Archer, no Alto da Boa Vista. Uma escadaria à beira da via leva, em poucos minutos, à queda d’água e a um poço raso, bastante procurado por famílias e grupos de amigos.
Ainda vale destacar que, menos concorrida que outras cachoeiras do parque, ela costuma atrair quem busca um banho rápido e refrescante em meio ao verde.
Poço da Cascatinha Taunay (Poço Job de Alcântara)
Próximo à Praça Afonso Viseu, também no Alto da Boa Vista, o Poço Job de Alcântara é um dos pontos mais acessíveis do parque. O banho é permitido apenas no poço, sendo proibido na queda d’água da Cascatinha Taunay.
O local é bastante procurado por famílias e visitantes que buscam contato com a natureza sem longas caminhadas.
Parque Madureira
Com 4,5 quilômetros de extensão, o Parque Madureira é uma das principais ilhas de frescor da Zona Norte. O espaço combina áreas arborizadas, fontes, riachos e equipamentos de lazer, como quadras esportivas, brinquedos infantis, quiosques e outras opções.
O parque também é polo cultural, abrigando a Arena Carioca e a Praça do Samba, em um bairro historicamente marcado por escolas como Portela e Império Serrano.
Funcionamento: terça a domingo, das 6h às 22h.
Entrada: gratuita.
Parque Piedade Arlindo Cruz
Inaugurado em outubro no terreno do antigo campus da Universidade Gama Filho, o Parque Piedade Arlindo Cruz é outra opção de frescor na cidade. Além disso, é um dos maiores equipamentos públicos da Zona Norte. São 23 mil m² com skate park, parcão, parque aquático infantil e adulto, quadras esportivas e áreas arborizadas.
O parque é apontado pelo Cor-Rio como um dos pontos de resfriamento da cidade.
Funcionamento: terça a domingo, das 6h às 22h.
Acesso: por diversas linhas de ônibus, incluindo a 649 (Méier x Parque Piedade).
Parque Oeste Ana Gonzaga
Já na Zona Oeste, o Parque Oeste, localizado em Inhoaíba, recebe cerca de 30 mil visitantes por semana e tem a Escada das Águas como grande atrativo. São 88 degraus e 74 esguichos d’água que ajudam a reduzir a sensação térmica. O parque ocupa uma área de aproximadamente 234 mil m² e integra a lista de pontos de resfriamento da Prefeitura.
Funcionamento: terça a domingo, das 6h às 22h.
Endereço: Avenida Cesário de Melo, 6.825.
Acesso: pelo BRT Inhoaíba.
Parque Realengo
Inspirado no Gardens by the Bay, de Singapura, o Parque Realengo se destaca pelas cinco torres que pulverizam vapor d’água para amenizar o calor da Zona Oeste. À noite, o espaço recebe shows de luzes e música. Além do efeito climático, o parque conta com praça de alimentação, quadras esportivas e áreas de convivência.
Funcionamento: terça a domingo, das 6h às 22h.
Acesso: Próximo à estação de trem de Realengo.
Parque Rita Lee
Localizado na Barra Olímpica, o Parque Rita Lee possui 136 mil m² e reúne praça molhada, skate park, muro de escalada, quadras poliesportivas, área infantil e bosque com cerca de 200 árvores. O espaço integra a rede de parques da Zona Oeste e ajuda a reduzir a sensação térmica em uma região marcada por grandes áreas asfaltadas.
Funcionamento: terça a domingo, das 6h às 22h.
Acesso: por ônibus e BRT.
Parque Pavuna (Carioca Pavuna)
O Parque Pavuna atende uma região historicamente carente de áreas verdes. O espaço possui 320 árvores nativas da Mata Atlântica, quiosques, quadras esportivas e área infantil. O destaque é a torre d’água iluminada, com quase 22 metros de altura, projetada para contribuir com o resfriamento do ambiente. No primeiro sábado de cada mês, o local recebe eventos culturais, como o tradicional baile charme.
Funcionamento: terça a domingo, das 6h às 22h.
De acordo com a Secretaria municipal de Conservação, ao todo, os cinco novos parques somam 500 mil m2 de áreas verdes na cidade.
Protocolo para enfrentar o calor
A cidade também conta hoje com um Protocolo de Enfrentamento ao Calor Extremo, coordenado pelo Centro de Operações e Resiliência (Cor-Rio), que monitora os níveis de estresse térmico e aciona medidas de proteção à população, incluindo a indicação de pontos de resfriamento.
O protocolo é considerado pioneiro no Brasil e foi reconhecido internacionalmente com o prêmio Bloomberg Philanthropies, anunciado em novembro de 2025 durante o Fórum de Líderes Locais da COP30. A classificação dos níveis de calor leva em conta o Índice de Calor — combinação entre temperatura e umidade —, além de previsões meteorológicas, literatura científica e dados históricos de atendimentos de emergência.
Calor extremo e planejamento urbano
De acordo com o Sistema Alerta Rio, regiões afastadas do litoral tendem a registrar temperaturas mais altas, influenciadas pelo relevo, pela cobertura vegetal e pela quantidade de asfalto. Nos últimos três meses, as maiores temperaturas foram registradas em Guaratiba, enquanto as menores foram no Alto da Boa Vista.
Segundo especialistas da entidade, a estação do Alto da Boa Vista está a 355 metros de altitude e, normalmente, áreas elevadas tem temperaturas mais baixas. Já a estação de Guaratiba está em uma localização geográfica onde os ventos, por algumas horas do dia, flui com uma certa intensidade de dentro do continente para o litoral, trazendo ar quente e elevando muito as temperaturas na região, até que a brisa marítima entre, mude a direção dos ventos do mar para o continente, e a temperatura diminua.
Vale dizer que, em cenários de calor intenso, o Cor-Rio orienta a população a buscar refúgios climáticos, como parques, áreas verdes e equipamentos públicos climatizados. Quando a cidade atinge o nível Calor 4, unidades municipais podem ser abertas como pontos de resfriamento, com oferta de água e orientação de saúde.
— Os equipamentos urbanos deixaram de ser itens de luxo e passaram a ser elementos de adaptação da cidade às mudanças do clima. As ilhas de frescor são hoje uma estratégia fundamental para garantir condições mínimas de conforto térmico à população — afirmou a secretária municipal de Meio Ambiente e Clima, Tainá de Paula.
Com o avanço das mudanças climáticas, a cidade aposta na combinação entre monitoramento, planejamento urbano e natureza para enfrentar o calor. As ilhas de frescor, espalhadas por diferentes regiões do Rio, passam a ser não apenas áreas de lazer, mas parte essencial da infraestrutura urbana.
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