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Do banho de roupa à fila de ventiladores, vale tudo para driblar o calor no verão do maçarico no Rio

Nem o Papai Noel escapou do sofrimento com o dia quente em terras fluminenses

Agência O Globo - 26/12/2025
Do banho de roupa à fila de ventiladores, vale tudo para driblar o calor no verão do maçarico no Rio
Imagem ilustrativa gerada por inteligência artificial - Foto: Nano Banana (Google Imagen)

O calor intenso do chamado “verão do maçarico” tem transformado o Rio de Janeiro em um verdadeiro caldeirão. Em diferentes cidades da Região Metropolitana, as altas temperaturas afetaram até as tradicionais ceias natalinas: mousses e pastas derreteram nas mesas fartas, e, onde faltou ar-condicionado, a solução foi alinhar ventiladores como se fossem presentes sob a árvore de Natal.

Na casa da família Caetano, em Duque de Caxias, cinco ventiladores garantiram o conforto de 14 pessoas reunidas para celebrar o Natal. Geisi Caetano, de 48 anos, conta que, mesmo após a perda da irmã que organizava as festas, a família fez questão de manter a tradição. “Não queríamos que o calor nos impedisse de estar juntos. Tinha ventilador em cima da ceia, da gente... Chegamos arrumadinhos e, logo depois, eu já estava de cabelo preso, as crianças mais à vontade”, relata Geisi. Segundo ela, o termômetro chegou a marcar 41°C.

O alívio só veio por volta das 3h da manhã, mas, no dia seguinte, o calor voltou com força. A saída foi recorrer a bacias e piscinas de plástico, usando trajes leves como shorts, maiôs e roupas de banho, buscando qualquer recipiente com água para amenizar as altas temperaturas. “A alegria do Senhor é a nossa força. Criamos esses momentos para vencermos juntos as adversidades”, brinca Geisi.

Na casa vizinha, a família Pereira Ribeiro também improvisou: crianças e adultos se refrescaram com banhos de mangueira e em uma caixa d’água, única forma de driblar o calor durante o Natal.

No Recreio, Zona Sudoeste, a família do ator Claudio Jorge enfrentou a madrugada quente levando a ceia para fora de casa e alinhando ventiladores no quintal. “O calor estava tão intenso que só assim conseguimos aproveitar”, conta o ator.

Nem o Papai Noel escapou do calorão. Limachem Cherem, que há décadas atua como Papai Noel em shoppings e hotéis do Rio, relata que a sensação térmica dentro da fantasia ultrapassa os 45°C. “Nossa roupa tem uma camada de algodão por baixo e outra de veludo por cima, chegando a pesar até 20 quilos após algumas horas de uso. Tivemos colegas passando mal nos tronos, mesmo hidratando e comendo frutas. Este ano, houve Papai Noel precisando de atendimento em postos de emergência dos shoppings para se recuperar”, relata.

Nas praias, o cenário não foi diferente. A vereadora Talita Galhardo registrou vendedores de mate exaustos, protegendo-se do sol na Praia da Barra, na Zona Sudoeste: três ambulantes descansavam com a mercadoria arriada, tentando suportar o calor extremo.