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Trabalhadores celebram Natal dentro das árvores flutuantes do Rio
Dezesseis profissionais passarão a noite de Natal nas estruturas cenográficas da Lagoa Rodrigo de Freitas e de Botafogo, garantindo o brilho das atrações e com ceia especial, mas sem álcool.
A cena é um clássico natalino: famílias e amigos reunidos perto de árvores decoradas com luzes e enfeites. Mas, em dois dos principais cartões-postais do Rio, o Natal deste ano será celebrado de forma inusitada. A ceia acontece literalmente dentro das gigantescas árvores cenográficas que, até o Dia de Reis (6 de janeiro), iluminam a Enseada de Botafogo e a Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul. Ao todo, 16 profissionais — entre técnicos de iluminação, seguranças e brigadistas — foram escalados para passar a virada de Natal a postos nas estruturas, admiradas por cariocas e turistas. A celebração será longe de casa, mas com iguarias garantidas.
Na estrutura de 80 metros de altura de Botafogo, decorada com dois milhões de lâmpadas de LED, dez pessoas trabalharão durante a noite. A ceia, servida às 19h30 deste dia 24, inclui peru, presunto e arroz de amêndoas. Já na Lagoa, seis profissionais cuidarão da árvore de 60 metros e 20 quilômetros de LEDs, com jantar às 22h, composto por sucos naturais, arroz, farofa, salada de batata com ovos, chester ao molho de ervas, frutas e rabanadas.
Para ambas as equipes, o protocolo é rígido: nada de bebidas alcoólicas. "Nunca imaginei passar o Natal à deriva numa árvore", conta Sérgio da Silva, 45 anos, técnico eletricista na árvore da Lagoa. Ele planeja continuar a celebração em casa, com ceia completa ao lado da família, ao fim da madrugada.
A maioria dos trabalhadores deixa o local à 1h da manhã, após o desligamento das luzes à meia-noite. Entretanto, brigadistas de incêndio permanecem em plantão 24 horas, em turnos de 12 horas. Para Igor Magalhães, brigadista e salva-vidas civil, o Natal em família será apenas no almoço do dia 25. "A emoção das pessoas ao admirar a árvore compensa o sacrifício", afirma.
Em Botafogo, a equipe conta ainda com um barqueiro para transporte entre continente e árvore. Apesar da experiência com eventos, muitos nunca haviam passado o Natal dentro de um ícone natalino. "É mágico, causa admiração", diz Fabiano Bastos, produtor técnico, que espera encontrar panetone e rabanadas em casa ao retornar ao Cachambi.
O diretor técnico Rodrigo Rodrigues, 47 anos, veterano de réveillons em Copacabana, trabalha pela primeira vez no Natal. "Tenho orgulho desse projeto, que acompanho desde a montagem em Niterói", destaca.
O eletricista Márcio Roger, 43 anos, sente falta da ceia com mãe, irmãos e filha, mas espera conseguir falar com todos à meia-noite. "Tomara que as redes telefônicas não congestionem", torce. O técnico Junio Vital, 35 anos, estreante no grupo, planeja ir e voltar de moto para celebrar rapidamente com a família em Duque de Caxias.
Sérgio da Silva, sem moto ou carro, calcula levar até duas horas para chegar à Grota, no Complexo do Alemão, devido à dificuldade de transporte na madrugada natalina. "A família vai estar toda me esperando. Esse é o meu presente", comemora, apesar dos desafios com corridas de aplicativo.
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