RJ em Foco
Raia-manta é resgatada e devolvida ao mar entre Copacabana e Ilhas Cagarras
Animal foi libertado sem ferimentos por pescador da Colônia Z-13, reforçando a importância da pesca responsável
Uma raia-manta, considerada uma das maiores espécies de raias do mundo, foi resgatada por volta das 9h10 desta terça-feira (data não informada), em águas cariocas, entre o Forte de Copacabana e as Ilhas Cagarras, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O animal, um macho adulto com cerca de 80 quilos, foi encontrado preso em uma rede de pesca e devolvido ao mar sem ferimentos pelo pescador Manasi Rebouças, da Colônia Z-13 de Copacabana.
Ricardo Gomes, presidente do Instituto Mar Urbano, destacou o potencial econômico e ecológico da conservação dessas espécies:
— Ver uma raia-manta em frente a Copacabana não é apenas uma cena rara, é motivo de grande celebração. Esses animais são verdadeiros patrimônios vivos dos mares. Na Indonésia, onde são protegidas por lei, uma única raia-manta pode gerar mais de 1 milhão de dólares em turismo sustentável ao longo da vida. Proteger essas espécies é investir no futuro do Rio, um futuro onde economia e ecologia caminham juntas — afirmou.
Para Nathan Lagares, coordenador do Projeto Raias da Guanabara, do Instituto Mar Urbano, o episódio reforça a importância da pesca responsável e a presença frequente desses animais no litoral carioca.
— Primeiramente, quero parabenizar e agradecer ao pescador Manasi Rebouças, da Colônia Z-13, pela atitude exemplar de devolver o animal ao mar imediatamente. Esse gesto mostra na prática o que é a pesca responsável e como os pescadores artesanais são fundamentais para a conservação marinha. Esse tipo de ocorrência mostra como as raias fazem parte do nosso cotidiano marinho. O resgate bem-sucedido de uma espécie ameaçada demonstra que a pesca artesanal e a conservação podem e devem caminhar juntas — ressaltou.
Segundo o pesquisador, o animal resgatado pertence à espécie Mobula thurstoni, classificada como vulnerável pelo ICMBio e criticamente em perigo pela IUCN, podendo atingir largura máxima de 2 metros.
— Essa espécie tem hábitos costeiros e oceânicos. A presença dessas raias no litoral carioca nesta época do ano pode estar diretamente relacionada à abundância de plâncton, que serve de alimento para a espécie. É comum observarmos esses animais na região entre o verão e o período próximo ao inverno, quando as condições são mais favoráveis — explicou.
A partir de 2026, o Projeto Raias da Guanabara, do Instituto Mar Urbano, passará a utilizar métodos inovadores para monitorar as espécies de raias no litoral fluminense. As técnicas são não letais e contam com colaboração de pescadores artesanais e mergulhadores. O objetivo é aprofundar o conhecimento sobre distribuição, hábitos e comportamentos das raias, sem comprometer o bem-estar animal. Os dados inéditos subsidiarão ações de conservação e ampliarão a conscientização sobre a importância da preservação dos ecossistemas marinhos no litoral do Rio.
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