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Suplente de vereador é preso suspeito de mandar matar parlamentar em Magé

Crime teria relação com disputa de votos no bairro Jardim Nova Marília, na Baixada Fluminense

Agência O Globo - 22/12/2025
Suplente de vereador é preso suspeito de mandar matar parlamentar em Magé
Imagem ilustrativa gerada por inteligência artificial - Foto: Nano Banana (Google Imagen)

A Polícia Civil investiga a ruptura entre dois antigos aliados, seguida de uma acirrada disputa política em um bairro, como principal linha de apuração do assassinato do vereador Silmar Braga (PP), ocorrido em 20 de janeiro, em Magé, Baixada Fluminense.

Nesta segunda-feira, agentes da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) prenderam Mário Jorge Soares Gentil, suplente de vereador pelo Solidariedade. Segundo o delegado Renato Martins, da DHBF, Gentil é apontado como suspeito de ser o mandante da morte do parlamentar.

Mário Gentil foi detido em Duque de Caxias, após ter a prisão temporária (de 30 dias) decretada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). Por pertencer a outro partido, Gentil não assumiria a vaga de Silmar na Câmara de Vereadores de Magé. Ainda assim, a principal hipótese da polícia é de que o crime esteja ligado à disputa de votos no bairro Jardim Nova Marília, onde Silmar mantinha sua principal base eleitoral. Na última eleição, o vereador foi reeleito para o quarto mandato consecutivo, enquanto Gentil ficou fora da Câmara por cerca de 15 votos.

— A motivação é clara para nós. Há quatro anos, eles eram aliados, mas romperam. Silmar era muito conhecido no bairro, onde morava, e Gentil chegou depois. Disputavam votos e, na última eleição, houve animosidade, inclusive entre cabos eleitorais dos dois lados. O homicídio está relacionado a essa rivalidade, a tentativa de afastar um adversário incômodo no cenário político local — explicou o delegado Renato Martins.

A DHBF já identificou um suspeito de ser o executor do crime, cujo nome não foi divulgado para não prejudicar as investigações. Em novembro, a polícia cumpriu mandado de busca e apreensão na residência de Gentil, apreendendo sete armas registradas, documentos, rádios de comunicação, um notebook e uma máquina de contar dinheiro.

De acordo com a polícia, a prisão do suplente é resultado de uma investigação que já dura 11 meses. Silmar Braga tinha 50 anos e foi atingido por seis tiros de revólver calibre 38. Ele chegou a ser socorrido ao Hospital Municipal de Magé, mas não resistiu aos ferimentos.

A Câmara de Vereadores de Magé, procurada pela reportagem, informou que confia no trabalho das autoridades e divulgou nota oficial:

"A Câmara Municipal de Vereadores de Magé informa que tomou conhecimento, por meio dos canais oficiais, da prisão do suplente de vereador Mário Gentil, no âmbito das investigações relacionadas à morte do vereador Silmar Braga.

A Casa Legislativa reafirma seu respeito às instituições responsáveis pela apuração dos fatos e confia no trabalho das autoridades competentes, destacando a importância do devido processo legal, da ampla defesa e da presunção de inocência, princípios fundamentais do Estado Democrático de Direito.

A Câmara reforça que acompanha atentamente o andamento das investigações, colocando-se à disposição para colaborar com tudo o que for necessário dentro de suas atribuições institucionais.

Por fim, a Câmara Municipal de Magé repudia qualquer forma de violência e reafirma seu compromisso com a defesa da vida, da democracia e do pleno funcionamento das instituições públicas."