Política

PSOL disputa filiação de Marina Silva para candidatura ao Senado por São Paulo

Ministra do Meio Ambiente avalia deixar a Rede Sustentabilidade e é alvo de articulações de PSOL, PT e PSB para concorrer ao Senado paulista.

26/12/2025
PSOL disputa filiação de Marina Silva para candidatura ao Senado por São Paulo
A ministra Marina Silva - Foto: Reprodução

O PSOL intensificou as articulações para filiar a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, visando lançá-la candidata ao Senado por São Paulo. A movimentação ocorre em meio à iminente saída de Marina da Rede Sustentabilidade, motivada por um racha com a deputada federal Heloísa Helena (RJ). Além do PSOL, PT e PSB também disputam a filiação da ministra.

Marina Silva já integrou os quadros do PT, pelo qual foi senadora pelo Acre e ministra do Meio Ambiente nos dois primeiros mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No PSB, ela concorreu à Presidência da República em 2014, ficando em terceiro lugar, enquanto ainda buscava registrar a Rede Sustentabilidade, ao lado de Heloísa Helena.

No PSOL, a aproximação é articulada pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, e pelo ex-presidente do partido, Juliano Medeiros, que atuam para convencer Marina a ingressar na sigla.

A possível filiação de Marina faz parte de uma estratégia do PSOL para ampliar sua relevância nacional, lançando nomes de destaque ao Senado, como a ex-deputada federal Manuela d'Ávila (RS) e a deputada federal Luizianne Lins (CE).

Em Pernambuco, o partido deve lançar o comunicador Jones Manoel, que soma 2,5 milhões de seguidores nas redes sociais, para a disputa à Câmara dos Deputados.

No entanto, a definição sobre a candidatura ao Senado por São Paulo segue indefinida a oito meses do início da campanha eleitoral, travando o avanço das articulações em torno de Marina. Com o desejo de retornar ao Senado após 16 anos, a ministra aguarda a decisão da base do governo Lula sobre os dois nomes progressistas que disputarão a vaga pelo Estado.

Além de Marina, também são cotados para a disputa o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Comércio e Indústria, Geraldo Alckmin (PSB). Outra possibilidade é a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), transferir seu domicílio eleitoral do Mato Grosso do Sul para São Paulo e entrar na corrida.

De acordo com pesquisa do instituto Real Time Big Data, divulgada em 2 de dezembro, num cenário com Marina e Haddad concorrendo contra Guilherme Derrite (PP), Coronel Mello Araújo (PL) e Ricardo Salles (Novo), Marina aparece em terceiro lugar, empatada dentro da margem de erro com Derrite, que lidera, e com Mello Araújo e Salles logo atrás.

O levantamento aponta Haddad com 19%, Derrite com 18%, Marina com 12% e Mello Araújo e Salles com 11% cada. A pesquisa ouviu 1.500 pessoas entre 29 de novembro e 1º de dezembro, com margem de erro de três pontos percentuais e índice de confiança de 95%.

Em abril deste ano, Marina foi derrotada na eleição interna da Rede para o grupo de Heloísa Helena, que elegeu Paulo Lamac como novo porta-voz da legenda. A ala de Marina tentou judicializar o processo, mas a liminar foi derrubada pouco antes do pleito.

Fontes ouvidas pelo Broadcast afirmam que, com a chegada de Heloísa Helena à Câmara dos Deputados, onde atuará como suplente durante a suspensão do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) até junho, a saída de Marina da Rede Sustentabilidade é considerada iminente.