As autoridades brasileiras alertaram o governo do Paraguai sobre a possibilidade de fuga de Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal. Condenado pelo Supremo Tribunal Federal na semana passada a 24 anos e seis meses de prisão, Vasques rompeu a tornozeleira eletrônica ainda em Santa Catarina e conseguiu cruzar a fronteira por terra, entrando no Paraguai.

Até 16 de dezembro, Vasques ocupava o cargo de Secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação de São José (SC). O percurso entre sua cidade e a capital paraguaia, Assunção, é de aproximadamente 1.300 quilômetros, trajeto que pode levar ao menos 18 horas de carro.

Fontes próximas ao caso informaram, sob reserva, que o documento utilizado por Vasques para tentar embarcar no aeroporto de Assunção rumo a El Salvador aparentava ser original, mas apresentava informações divergentes, o que motivou sua detenção pelas autoridades paraguaias.

Pela legislação do Paraguai, a falsificação ou adulteração de documentos é considerada um delito grave, sujeito a pena de um a seis anos de prisão. O uso de documentos de identidade com informações falsas também é crime, com sanção de até dois anos de prisão ou multa.

A tentativa de embarque para El Salvador levantou suspeitas entre autoridades locais de que Vasques teria buscado articulações com o governo de Nayib Bukele, presidente de extrema-direita do país centro-americano.