Poder e Governo
Paraguai enviou foto de Silvinei Vasques a policiais brasileiros para identificar foragido
Contato das autoridades estrangeiras com as brasileiras ocorreu por volta de 1h da manhã, na madrugada de quinta para sexta-feira
A Polícia do Paraguai identificou Silvinei Vasques após enviar uma foto dele para policiais brasileiros. O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) do governo Jair Bolsonaro foi preso no Aeroporto Internacional de Assunção, no Paraguai, ao tentar fugir após romper a tornozeleira eletrônica.
O contato das autoridades paraguaias com as brasileiras ocorreu por volta de 1h da manhã, entre quinta e sexta-feira. Fontes da polícia brasileira informaram que os agentes do país vizinho perceberam o passaporte falso de Silvinei, mas não o identificaram imediatamente como ex-diretor-geral da PRF. Por isso, uma foto foi feita ainda no Paraguai e enviada a investigadores do governo brasileiro.
Silvinei tentava embarcar em um voo com destino a El Salvador, na América Central. Ele foi detido portando um passaporte original que não correspondia às suas informações. Há dez dias, ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 24 anos e seis meses de prisão por participação na chamada trama golpista.
Segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República, Vasques integrava o chamado "núcleo dois" do plano golpista, sendo acusado de usar a máquina pública para interferir nas eleições de 2022 e tentar manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.
De acordo com o portal g1, Silvinei foi colocado à disposição do Ministério Público do Paraguai após ser identificado. Ele deve passar por audiência de custódia ainda nesta sexta-feira e, em seguida, ser entregue às autoridades brasileiras.
Quem é Silvinei Vasques
Vasques já havia sido preso anteriormente, em agosto de 2023, por ordenar bloqueios da PRF em rodovias no segundo turno das eleições de 2022. Conforme as investigações, a medida visava dificultar o trânsito de eleitores na Região Nordeste, onde o presidente Lula teve votação expressiva. Na ocasião, Vasques teve o passaporte apreendido pela Polícia Federal.
Um ano depois, em agosto de 2024, foi solto por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes, que substituiu a prisão preventiva por medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, cancelamento de passaportes e proibição de se manifestar em redes sociais.
Vasques comandou a PRF entre abril de 2021 e dezembro de 2022, durante a gestão de Bolsonaro, de quem era apoiador declarado. Como chefe da instituição, chegou a pedir votos ao ex-presidente em suas redes sociais, posteriormente apagando a postagem.
Reservadamente, integrantes da PRF afirmam que Vasques tem proximidade com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), um dos principais defensores de sua nomeação. Inspetor da corporação desde 1995, foi superintendente no Rio de Janeiro antes de assumir o comando nacional da PRF.
No início de 2025, foi nomeado secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação da prefeitura de São José, na Região Metropolitana de Florianópolis – cargo ocupado até 16 de dezembro. O policial de carreira foi exonerado "a pedido", segundo o Diário Oficial do município, no mesmo dia em que foi condenado no processo da trama golpista.
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