A equipe médica do ex-presidente Jair Bolsonaro informou que ele está pronto para ser submetido a uma cirurgia de correção de hérnia inguinal bilateral nesta quinta-feira (25). Segundo o cardiologista Brasil Ramos Caiado, o procedimento deve durar de três a quatro horas.

Bolsonaro foi internado nesta quarta-feira, em Brasília, para exames e preparação pré-operatória. A expectativa é que ele permaneça hospitalizado entre cinco e sete dias, período que será reavaliado após o procedimento.

A internação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após perícia da Polícia Federal (PF) constatar a necessidade da intervenção. O ex-presidente deixou a superintendência da PF sob escolta às 9h30 e chegou ao hospital cerca de cinco minutos depois.

O cronograma prevê que esta quarta-feira seja dedicada a exames clínicos e laboratoriais, incluindo avaliações cardiológica e anestésica, além de ajustes de medicação e preparo clínico. A cirurgia está agendada para a manhã de quinta-feira e será realizada sob anestesia geral, com monitoramento contínuo das funções vitais.

Este será o sétimo procedimento cirúrgico de Bolsonaro desde 2018, quando foi vítima de uma facada durante a campanha presidencial. Todas as intervenções posteriores decorreram de sequelas desse ferimento. A cirurgia desta quinta-feira é considerada de menor porte em relação à realizada em abril, quando o ex-presidente passou por uma desobstrução intestinal, procedimento que durou cerca de 12 horas.

Sobre a hérnia inguinal bilateral: ocorre quando parte do intestino se projeta por pontos enfraquecidos da parede abdominal na região da virilha. O objetivo da cirurgia é reposicionar o conteúdo abdominal e reforçar a musculatura local, reduzindo riscos de dor, complicações e novas protrusões.

A equipe médica também avalia a possibilidade de realizar um bloqueio anestésico do nervo frênico, técnica que pode ser indicada para aliviar as crises de soluço persistentes apresentadas por Bolsonaro nos últimos meses. O nervo frênico é responsável por estimular o diafragma, e o bloqueio visa interromper estímulos neurológicos anormais que provocam contrações involuntárias. O momento mais adequado para esse procedimento ainda será definido.

Pós-operatório: Após a cirurgia, Bolsonaro será submetido a controle rigoroso da dor, fisioterapia para mobilização precoce e melhora da função respiratória, além de medidas preventivas contra trombose venosa profunda. O período de internação, estimado entre cinco e sete dias, será dedicado à analgesia, fisioterapia e observação clínica, considerando o histórico cirúrgico do paciente.

Autorização judicial: A defesa de Bolsonaro solicitou ao STF a internação para exames preparatórios no dia 24 e cirurgia no dia seguinte. O ministro Alexandre de Moraes autorizou o pedido após manifestação técnica, destacando que Bolsonaro mantém plenas condições de tratamento na Superintendência da Polícia Federal, próxima ao hospital. Apesar da indicação médica, Moraes considerou a cirurgia eletiva, não emergencial, mas ressaltou a necessidade de realização "o mais breve possível", conforme laudo da PF.

Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão após condenação pelo STF por tentativa de golpe de Estado. A autorização para a internação não interfere na execução da pena. Durante o período hospitalar, o ex-presidente será acompanhado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O pedido da defesa para a entrada dos filhos Flávio e Carlos Bolsonaro foi condicionado a decisão judicial.