Poder e Governo
Bolsonaro deixa a prisão após 32 dias e é internado para cirurgia em Brasília
Ex-presidente passará por dois procedimentos médicos; internação deve durar entre cinco e sete dias, com segurança reforçada.
O ex-presidente Jair Bolsonaro deixou a Superintendência da Polícia Federal em Brasília na manhã desta quarta-feira (25) e seguiu para o Hospital DF Star, onde será submetido a uma cirurgia para correção de hérnia inguinal bilateral. A saída da prisão ocorreu por volta das 9h30.
A internação será acompanhada por um esquema de segurança reforçado, com restrições de acesso e controle direto da Polícia Federal (PF) desde a liberação até a alta hospitalar. A decisão do ministro Alexandre de Moraes detalha cada etapa da passagem de Bolsonaro pelo hospital, incluindo exames e o procedimento cirúrgico.
A ordem judicial determina vigilância ininterrupta: pelo menos dois policiais federais permanecerão posicionados na porta do quarto hospitalar, com fiscalização 24 horas por dia. Além disso, equipes da PF estarão de prontidão dentro e fora do hospital, podendo reforçar o efetivo conforme necessário.
O acesso ao quarto será rigidamente controlado. Moraes proibiu a entrada de celulares, computadores ou qualquer outro dispositivo eletrônico, exceto os equipamentos médicos indispensáveis ao tratamento. A fiscalização dessas regras ficará a cargo exclusivo da Polícia Federal.
No âmbito pessoal, está autorizada apenas a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como acompanhante durante toda a internação, respeitando as normas do hospital. Qualquer outra visita, inclusive de familiares próximos, dependerá de autorização judicial específica, restringindo o círculo de contato do ex-presidente enquanto estiver hospitalizado.
A defesa havia solicitado a entrada recorrente de dois filhos, Flávio e Carlos Bolsonaro, mas o pedido foi negado por Moraes.
Do ponto de vista médico, esta quarta-feira será dedicada a exames clínicos, laboratoriais e de imagem, além do preparo pré-operatório. A cirurgia está prevista para a manhã de quinta-feira, com duração estimada entre três e quatro horas, segundo o cirurgião Cláudio Birolini. A equipe médica divulgará boletins diários com atualizações sobre os procedimentos e o quadro clínico.
Além da correção da hérnia inguinal bilateral, os médicos avaliam a possibilidade de realizar um bloqueio anestésico do nervo frênico, que pode ajudar a controlar as crises de soluço persistentes relatadas por Bolsonaro nos últimos meses. O momento dessa intervenção dependerá da avaliação clínica após a cirurgia principal.
Na decisão, Moraes ressaltou que a autorização para internação não altera o cumprimento da pena de 27 anos e três meses de prisão imposta ao ex-presidente por tentativa de golpe de Estado. O ministro frisou que Bolsonaro mantém “plenas condições de tratamento de saúde” mesmo sob custódia e destacou que o hospital está localizado próximo à Superintendência da Polícia Federal, o que garante a segurança e execução da pena.
A equipe médica prevê que Bolsonaro permaneça internado entre cinco e sete dias após a cirurgia, período necessário para controle da dor, fisioterapia, prevenção de eventos trombóticos e acompanhamento do pós-operatório. A alta dependerá da evolução clínica.
Preparo e porte da cirurgia
Antes do procedimento, Bolsonaro passará por exames clínicos e laboratoriais para confirmar o diagnóstico, avaliar as condições gerais de saúde e reduzir riscos durante a cirurgia. Essa etapa inclui avaliações cardiológica e anestésica, além de ajustes de medicação e preparo clínico específico.
A cirurgia programada para esta quinta-feira é considerada de menor porte em relação à realizada em abril, quando Bolsonaro foi submetido a uma intervenção para desobstrução intestinal, classificada como “grande porte” e que durou cerca de 12 horas.
O que é a cirurgia de hérnia inguinal bilateral
A hérnia inguinal bilateral ocorre quando parte do intestino se projeta por pontos enfraquecidos da parede abdominal na região da virilha. O objetivo da cirurgia é reposicionar o conteúdo abdominal e reforçar a musculatura local, reduzindo o risco de dor, complicações e novas protrusões. O procedimento será feito sob anestesia geral, com monitoramento contínuo das funções vitais.
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