Poder e Governo
Bolsonaro será vigiado por agentes da PF 24 horas durante internação; veja detalhes do esquema
Moraes proíbe computadores, celulares e dispositivos eletrônicos no quarto do ex-presidente durante internação
O ex-presidente Jair Bolsonaro contará com um esquema especial de segurança durante sua nova internação no hospital DF Star, em Brasília, onde passará por uma cirurgia para hérnia inguinal bilateral. Dois agentes da Polícia Federal (PF) permanecerão em frente ao quarto de Bolsonaro 24 horas por dia, enquanto outra equipe ficará responsável pela segurança interna e externa do hospital.
Nesta quarta-feira, policiais escoltarão o ex-presidente em um comboio da Superintendência Regional do Distrito Federal até o hospital. O trajeto, de aproximadamente quatro quilômetros, deve ser realizado em cerca de oito minutos. O procedimento foi autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, nesta terça-feira, a pedido da defesa do político do PL.
Além de garantir a segurança do ex-presidente, que está custodiado em regime fechado, os agentes fiscalizarão o cumprimento da ordem de Moraes: está proibido o ingresso de computadores, celulares ou "quaisquer dispositivos eletrônicos" no aposento de Bolsonaro. As visitas, com exceção de Michelle Bolsonaro e da equipe médica, deverão ser autorizadas pelo ministro do STF.
Procurada, a Polícia Federal não quis se pronunciar sobre o esquema de segurança preparado para escoltar e manter Bolsonaro no hospital.
Desembarque pela garagem
Moraes determinou que a PF "assegure o cumprimento" da restrição. O ministro acrescentou que o "transporte e segurança do custodiado" devem ser realizados de "maneira discreta", e o desembarque de Bolsonaro deverá ocorrer pela garagem do hospital.
Na última internação, em setembro, o ex-presidente deixou o DF Star pela porta da frente e permaneceu em pé por cerca de cinco minutos enquanto apoiadores entoavam gritos como "volta Bolsonaro" e "anistia já". A cena gerou questionamentos de Moraes à Polícia Penal do Distrito Federal, então responsável pela prisão domiciliar.
Atualmente, Bolsonaro está preso em regime fechado em uma cela especial na superintendência da PF, sob cuidados da corporação. Ele cumpre pena imposta pelo STF de 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.
A realização da cirurgia foi autorizada por Moraes após perícia da Polícia Federal apontar a necessidade da intervenção médica.
Os peritos concluíram que Bolsonaro sofreu uma lesão em um nervo do tronco decorrente de procedimento cirúrgico anterior, causando crises frequentes de soluço. A reparação da área lesionada é necessária para interromper as crises.
A hérnia inguinal ocorre quando parte do intestino ou tecido abdominal se projeta por um ponto fraco ou abertura na parede muscular da virilha, formando uma protuberância.
Bolsonaro deve ser internado nesta quarta-feira.
'Plenas condições'
Para Moraes, Bolsonaro "mantém plenas condições de tratamento de saúde na Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal", onde cumpre a pena de 27 anos e três meses de prisão imposta pelo STF por tentativa de golpe de Estado.
"O réu está custodiado em local de absoluta proximidade com o hospital particular onde realiza atendimentos emergenciais de saúde, mais próximo inclusive do que seu endereço residencial, de modo que não há qualquer prejuízo em caso de eventual necessidade de deslocamento de emergência", escreveu o ministro.
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