Poder e Governo

Defesa de Bolsonaro pede internação para cirurgia em 24 de junho

Moraes já autorizou o procedimento para tratar de hérnia inguinal bilateral

Agência O Globo - 23/12/2025
Defesa de Bolsonaro pede internação para cirurgia em 24 de junho
O ex-presidente Jair Bolsonaro - Foto: Reprodução / Instagram

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a internação do ex-mandatário no dia 24 de junho para a realização de uma cirurgia de retirada de hérnia inguinal bilateral. O procedimento já havia sido autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes na última sexta-feira, após uma perícia da Polícia Federal indicar a necessidade da intervenção médica.

Segundo o laudo da PF, Bolsonaro precisa passar pela cirurgia "o mais breve possível", embora o procedimento seja considerado "eletivo" — ou seja, sem urgência imediata. Por isso, Moraes determinou que a defesa sugerisse uma data para a realização da operação.

Os peritos também apontaram que o ex-presidente desenvolveu uma lesão em um nervo do tronco após um procedimento cirúrgico anterior, o que estaria provocando crises frequentes de soluço. A cirurgia visa reparar essa área lesionada para interromper os episódios.

A hérnia inguinal ocorre quando parte do intestino ou tecido abdominal se projeta por um ponto fraco na parede muscular da virilha, formando uma protuberância.

Tratamento sob custódia

Para Moraes, Bolsonaro "mantém plenas condições de tratamento de saúde na Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal", onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão, imposta pelo STF por tentativa de golpe de Estado.

"O réu está custodiado em local de absoluta proximidade com o hospital particular onde realiza atendimentos emergenciais de saúde, mais próximo, inclusive, do que seu endereço residencial — de modo que não há qualquer prejuízo em caso de eventual necessidade de deslocamento de emergência", afirmou o ministro.

Moraes também destacou que Bolsonaro praticou "reiterados descumprimentos das medidas cautelares", o que motivou sua prisão domiciliar em agosto, além de "atos concretos visando a fuga", que resultaram em sua prisão preventiva no mês passado.

Um desses atos foi a tentativa de romper a tornozeleira eletrônica, admitida pelo próprio ex-presidente.

"O laudo pericial indica que Jair Messias Bolsonaro incorreu em tentativa de violação da tornozeleira, causando extensos danos ao equipamento, com aplicação de solda, evidenciando a violação do equipamento, com a sua abertura, para a efetivação de sua fuga", ressaltou Moraes.

O ministro ainda destacou que, ao tentar romper a tornozeleira, Bolsonaro "encontrava-se sozinho em seu quarto, logo após ter manuseado um 'ferro de solda', demonstrando não existir necessidade de estar sempre acompanhado por terceira pessoa".