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FBI apreendeu telefones e documentos na casa de ex-conselheiro de Trump

05/09/2025
FBI apreendeu telefones e documentos na casa de ex-conselheiro de Trump
- Foto: Reprodução / Agência Brasil

O FBI apreendeu telefones, equipamentos de informática e documentos digitados na casa do ex-conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos John Bolton, como parte de uma investigação que busca entender se um dos conselheiros do primeiro mandato de Donald Trump lidou mal com segredos governamentais, de acordo com registros judiciais revelados nesta quinta-feira, 4.

A investigação criminal veio à tona no mês passado, quando agentes revistaram a casa de Bolton em Bethesda, Maryland, e seu escritório no Distrito de Columbia.

Uma pessoa familiarizada com o assunto, que não estava autorizada a discutir a investigação nominalmente e falou à Associated Press sob condição de anonimato, disse na época que se tratava de alegações de possível manuseio indevido de informações confidenciais. Nenhuma acusação foi apresentada.

Uma coalizão de organizações de notícias instou um juiz em Maryland, onde o FBI havia solicitado um mandado de busca, a revelar os registros relacionados ao assunto, citando um "tremendo interesse público" que, segundo eles, superava a necessidade de sigilo contínuo.

Documentos redigidos foram tornados públicos na quinta-feira, lançando nova luz sobre a investigação. Entre eles está um inventário de mandados de busca mostrando que o FBI apreendeu da casa vários telefones, equipamentos de informática, quatro caixas contendo atividades impressas diárias, documentos digitados em pastas rotuladas como "Trump I-IV", uma pasta branca rotulada como "Declarações e Reflexões sobre Ataques Aliados" e outros materiais.

Os autos do tribunal também citam dois estatutos criminais que sustentam a investigação, incluindo leis que tornam crime coletar, transmitir ou perder informações de defesa nacional e remover e reter documentos ou materiais confidenciais sem autorização.

Conselheiro durante o primeiro mandato

Bolton atuou por 17 meses como conselheiro de Segurança Nacional durante o primeiro mandato de Trump, tendo entrado em conflito com ele sobre o Irã, Afeganistão e Coreia do Norte antes de ser demitido em 2019.

Desde então, ele criticou abertamente a abordagem de Trump em relação à política externa e ao governo, inclusive em um livro publicado em 2020, intitulado "The Room Where it Happened" ("A Sala Onde Aconteceu", em tradução livre), que retratava Trump como mal informado.

O Departamento de Justiça já havia se esforçado para investigar se o livro divulgava ilegalmente informações sigilosas, iniciando um inquérito que começou durante o primeiro governo Trump e continuou no governo Biden sem apresentar acusações criminais. O advogado dele afirmou em junho de 2021 que a investigação havia sido encerrada.

Os autos divulgados na quinta-feira não detalham as alegações precisas nem dizem se informações adicionais foram encontradas para dar novo fôlego à investigação. Uma pessoa familiarizada com o assunto, que não estava autorizada a comentar nominalmente uma investigação em andamento e falou sob condição de anonimato, disse que a investigação que resultou na busca do FBI antecedeu a chegada de Trump à Casa Branca em janeiro passado.

Em um comunicado na quinta-feira, o novo defensor de Bolton, o proeminente advogado de defesa criminal de Washington Abbe David Lowell, disse que o Departamento de Justiça estava "sob pressão para satisfazer um presidente em busca de vingança política".

"Os materiais retirados da casa do embaixador Bolton são registros comuns de uma carreira de 40 anos servindo este país no Departamento de Estado, como Procurador-Geral Adjunto, Embaixador dos EUA na Organização das Nações Unidas e Conselheiro de Segurança Nacional. Qualquer análise completa mostrará que nada inapropriado foi armazenado ou mantido pelo Embaixador Bolton", disse ele.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.