Alagoas

Como o intercâmbio do Daqui pra o Mundo mudou os planos e a vida de jovens alagoanos

Natalício Vieira / Ascom Seduc 05/09/2025
Como o intercâmbio do Daqui pra o Mundo mudou os planos e a vida de jovens alagoanos
Para muitos alunos, a ficha só caiu quando chegaram à Inglaterra - Foto: Marina Sales



Eles partiram de Maceió no dia 9 de agosto. Um mês depois, neste sábado, 6 de setembro, retornam a Alagoas. Mas as bagagens, agora, estão mais pesadas. Os jovens fazem parte do grupo de 100 estudantes que participou do programa Daqui Pra o Mundo e teve a oportunidade de fazer um intercâmbio em cinco cidades distintas na Inglaterra. Vinte deles, incluindo os cinco entrevistados para esta reportagem, ficaram em Oxford.


A experiência, que parecia distante e “inacreditável” para a aluna Anna Buarque, de 16 anos, do Colégio Tiradentes da Polícia Militar, se tornou uma virada de chave, abrindo portas e, mais importante, transformando a maneira como eles enxergam o próprio futuro.



 

Para Laíssa Lima, 17, da Escola Estadual Professor Theotonio Vilela Brandão, uma garota de Maceió que acredita que “a arte é a ponte silenciosa que une mundos”, a viagem foi um mergulho profundo não apenas em uma nova cultura, mas em seu próprio ser. “A experiência aqui no exterior abriu meus olhos em relação a tudo”, conta.

“A maneira de viver, sobre mim mesma e sobre o que eu quero cursar no futuro”. A certeza de que a experiência é um divisor de águas é unânime. A realidade que superou o sonho Para muitos, a ficha só caiu ao pisar em solo britânico.

Laura Rodrigues, 17, da Escola Estadual Professora Izaura Antônia de Lisboa, de Arapiraca, só se deu conta de onde estava durante a imigração, quando a comunicação fluiu sem barreiras. “Conforme o homem foi perguntando as coisas, eu fui entendendo perfeitamente e conseguindo responder. Eu comecei a entender que eu estava preparada”.

 

E não foi só a sala de aula que se tornou o palco do aprendizado. A imersão em uma nova cultura trouxe momentos inesquecíveis, de um karaokê cantando a música do Shrek com os colegas brasileiros a brincadeiras de pega-pega, em inglês, com as crianças da “host Family” de Anna.

“Foi esse momento que bateu a realidade para mim”, lembra a aluna. “Nossa, estou em Oxford”. Apesar da distância de casa, a saudade da comida brasileira foi atenuada para Anna, graças à culinária de sua família anfitriã, de origem africana. “A comida deles é muito parecida com a do Brasil, então não teve tanto sofrimento. Eles são muito doces, bem calorosos, lembra esse jeitinho brasileiro”.

O “peso” no currículo e na vida Seja na área de tecnologia, como planeja Nicolas Gabriel, 17, da Escola Estadual Benedita de Castro Lima, ou nas ciências, como quer Laura Rodrigues, a experiência do intercâmbio é vista como um grande diferencial. Para eles, a fluência em inglês e a vivência em outra cultura são um “peso” positivo no currículo. “Com certeza vai ajudar muito no meu currículo”, afirma Nicolas, que apesar de não ter mudado seus planos, ganhou mais clareza sobre sua escolha.

A mudança de perspectiva foi ainda mais profunda para Pérola Santana, 17, da Escola Estadual Professora Edleuza de Oliveira Silva, em São Miguel dos Campos. Antes do intercâmbio, ela pensava apenas em “arrumar um trabalho e pronto”. Em Oxford, sua visão se expandiu. “Quando eu vim para cá, eu não tinha noção de que conseguiria abrir minha visão sobre um futuro mais amplo”, reflete.

“Penso muito além disso, do que só viver em função do trabalho”. O aprendizado vai além das matérias acadêmicas. A experiência na imigração, a correção da pronúncia por um motorista de ônibus ou a simples necessidade de se comunicar em um novo idioma, como relata Laura, foram lições práticas de adaptabilidade. Anna, que se considera “muito tímida”, descobriu uma nova versão de si mesma.

“Quando cheguei aqui, me abri toda para falar no inglês. Eu amo estar conversando, amo estar podendo treinar, melhorar o meu inglês” O conselho que vem do coração De volta a Alagoas, esses jovens trazem consigo uma mensagem de incentivo para quem sonha em seguir o mesmo caminho. Para eles, a jornada começa com a preparação, mas, principalmente, com a confiança em si mesmo. “Não desistam, por mais que você diga, ‘eu não sei nada de inglês’”, aconselha Anna Buarque.

“É a partir do zero que você pode subir e estar no mais alto”. Pérola, que quase desistiu após não ser aprovada na primeira edição do programa, reforça a importância de acreditar. “Se eu não acreditasse em mim, eu não iria fazer a prova. Comece por aí, acredite em si e estude bastante” Nicolas, que já se prepara para a faculdade, sugere dicas simples e eficazes, como ouvir músicas e assistir a filmes com áudio e legenda em inglês. Já Laíssa faz um apelo para que os estudantes se aventurem sem medo. “Meta a cara a tapa, e se você realmente quer isso, faça valer a pena, faça cada minuto do seu intercâmbio valer a pena”