Política
PF aponta articulação de Bolsonaro e filho para tumultuar julgamento no STF
Relatório indica que ex-presidente e Eduardo Bolsonaro atuaram junto à defesa de Filipe Martins para tentar mudar relatoria da “trama golpista”; indiciamento pode levar Bolsonaro a até 43 anos de prisão

A Polícia Federal concluiu que Jair Bolsonaro (PL) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) agiram de forma coordenada com a defesa do ex-assessor Filipe Martins para tentar criar obstáculos no Supremo Tribunal Federal (STF). O relatório, revelado pela colunista Malu Gaspar, do Globo, embasou o indiciamento do ex-presidente e de seu filho por obstrução de Justiça no caso da chamada “trama golpista”.
Segundo a PF, pai e filho mantiveram contato direto com o advogado Jeffrey Chiquini, defensor de Martins, para articular o uso de um mandado de segurança contra decisões do ministro Alexandre de Moraes. A corporação afirma que o objetivo era “causar tumulto processual” e “subverter a lógica jurisdicional do julgamento da Suprema Corte”.
Mensagens de WhatsApp analisadas pelos investigadores mostram Eduardo informando ao pai que o mandado poderia levar o caso ao ministro André Mendonça, nomeado por Bolsonaro ao STF. “Vitória gigante hoje. Precisamos que o Mendonça dê essa liminar”, escreveu o deputado, antes de acrescentar que “bastava conhecer” a ação para mudar a relatoria.
Jair Bolsonaro chegou a responder ao filho com um áudio — cujo conteúdo não foi recuperado — e pediu que Eduardo o ligasse. Para a PF, mesmo sem êxito, houve tentativa de interferência no Supremo. A Corte, no entanto, já tem jurisprudência consolidada de que mandados de segurança não podem ser usados para contestar decisões individuais de ministros.
A defesa de Filipe Martins, por sua vez, alega que houve “farsa processual” e questiona a condução do caso. Martins é acusado de integrar o núcleo 2 da trama golpista, ao lado de outros investigados como Silvinei Vasques e Marília Ferreira de Alencar, apontados como articuladores de ações para impedir a posse do presidente Lula.
Integrantes do STF e até réus do processo consideram improvável que a ofensiva prospere. Apesar disso, o relatório da PF reforça o peso das acusações contra Bolsonaro, que pode enfrentar uma condenação de até 43 anos de prisão caso seja responsabilizado.
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