Brasil
'Não sabia que era tão poderoso': Dino ironiza 'turbulência' no mercado financeiro por decisão do STF

Após julgar que ordens judiciais estrangeiras só podem ser executadas no Brasil após homologação da Justiça do país o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, ironizou nesta quarta-feira (20) que a decisão tenha tido impacto nas ações dos bancos que atuam no Brasil.
"Proferi uma decisão ontem e antes de ontem que dizem que derrubou os mercados. Não sabia que eu era tão poderoso, R$ 42 bilhões de especulação financeira", brincou ele durante palestra no Tribunal Superior do Trabalho (TST). "A sorte é que a velhice ensina a não se impressionar com pouca coisa. É claro que uma coisa não tem nada a ver com a outra".
Na segunda-feira (18), o ministro julgou que decisões da Justiça do Reino Unido sobre o desastre no rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG), ocorrido em 2015, só valem depois de serem homologados pelo sistema judiciário brasileiro.
A decisão também vale para as medidas anunciadas pelo governo dos Estados Unidos contra o ministro do STF Alexandre de Moraes e outros integrantes da Corte, como a aplicação da Lei Magnitsky.
Sem citar diretamente a lei imposta pelos EUA, Dino destacou na decisão que o Brasil tem sido "alvo de diversas sanções e ameaças".
Segundo o ministro, que foi relator do caso, a decisão tratou de "obviedades" sobre o impedimento da aplicação automática de leis estrangeiras no Brasil e representa mera repetição de conceitos jurídicos.
Dino também declarou que os mercados devem ser menos gananciosos:
"O Supremo que vai fixar o valor de ação no mercado? Quem compra, quem vende? Existem órgãos reguladores e o próprio mercado que têm que ter equilíbrio, no sentido de sensatez, e menos ganância", completou.
Mais cedo, o ministro Alexandre de Moraes disse que as instituições financeiras brasileiras podem ser punidas se bloquearem ativos a mando do governo dos Estados Unidos. Em entrevista à Reuters, Moraes disse que os bancos e instituições que estão no país não podem aplicar internamente ordens de bloqueio, como as oriundas da Lei Magnitisky.
Dino afirmou depois, em sessão no STF, que o princípio da "independência nacional", previsto na Constituição, deve ser levado em consideração em todos os julgamentos que tratem de relações internacionais.
Por Sputinik Brasil
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