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Mídia: falhas em testes com drones expõem desafios da Marinha dos EUA na corrida por autonomia naval

Sputinik Brasil 20/08/2025
Mídia: falhas em testes com drones expõem desafios da Marinha dos EUA na corrida por autonomia naval
Foto: © AP Photo / Técnico em Sistemas de Informação 1ª Classe Vincent Aguirre

Incidentes com embarcações autônomas durante testes na Califórnia revelam falhas técnicas e tensões internas no programa do Pentágono, que investe bilhões para criar uma frota naval sem comando humano. A Marinha enfrenta críticas e revisões após acidentes e demissões.

Durante um teste naval na costa da Califórnia no mês de julho, uma embarcação autônoma parou inesperadamente por falha de software, e outra colidiu com ela, saltando sobre o convés antes de cair na água. O incidente, registrado em vídeo, envolveu drones das empresas Saronic e BlackSea Technologies e expôs vulnerabilidades no programa de embarcações autônomas do Pentágono, segundo a Reuters.

Dias antes, outro teste resultou em um acidente quando uma embarcação acelerou repentinamente e virou o barco de apoio que a rebocava, lançando o capitão ao mar. Fontes próximas ao programa apontam falhas de software e erros humanos como causas recorrentes, especialmente na comunicação entre sistemas embarcados e o software externo de controle.

Apesar dos contratempos, autoridades militares dos EUA mantêm o foco na expansão de drones autônomos como estratégia para conter ameaças, especialmente no estreito de Taiwan, alegando uma expansão agressiva da China na região. Inspirados nos drones que tomaram protagonismo no conflito ucraniano, os EUA buscam desenvolver embarcações mais sofisticadas, capazes de operar em grupo e sem intervenção humana.

Os testes malsucedidos, no entanto, levantam dúvidas sobre a viabilidade operacional da frota autônoma. O especialista Bryan Clark alertou à apuração para a necessidade de adaptar táticas às limitações tecnológicas. Internamente, o programa enfrenta turbulências, como a demissão do almirante Kevin Smith e críticas de altos funcionários do Pentágono sobre custo e eficácia.

Após os acidentes, a Unidade de Inovação em Defesa suspendeu um contrato de US$ 20 milhões (cerca de R$ 109,4 milhões) com a L3Harris, fornecedora de software para os testes. A empresa reafirmou a segurança de seus produtos, enquanto o Pentágono e a Marinha evitaram comentários. O futuro da iniciativa, parte do bilionário programa Replicator, permanece sob revisão e incerto quanto ao seu sucesso no curto prazo.