Alagoas
Trailer do documentário Ressignificando com Arte é lançado e destaca a força da arte sustentável em Alagoas

O blog Aqui Acolá Arte acaba de lançar o trailer do documentário Ressignificando com Arte. A produção mergulha no universo de quatro artistas visuais alagoanos que transformam resíduos descartados em obras de valor estético e ambiental. Com direção de Iranei Barreto, o filme apresenta as histórias e processos criativos de Persivaldo Figueirôa, Adriana Jardim, Jackson Lima e Marta Arruda.
O projeto é realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, do Governo Federal, operacionalizado pelo Governo de Alagoas, através da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult).
A seleção dos artistas nasceu de um olhar construído ao longo de mais de duas décadas de acompanhamento da cena cultural alagoana. “A trajetória consistente de cada um no uso de materiais reciclados em suas criações foi peça-chave. Esses nomes se destacaram pela qualidade, originalidade e compromisso com a arte sustentável”, afirma Iranei, idealizadora do Aqui Acolá Arte, que também assina a pesquisa e o roteiro do filme.

Mais do que um registro artístico, o documentário busca mostrar que o uso de materiais reciclados na arte vai além de contribuir para a preservação ambiental, é também um campo fértil para a criatividade, a inovação e a educação.
“O filme busca mostrar que a utilização de materiais reciclados na arte vai muito além de contribuir para a preservação ambiental. Essa prática enriquece a expressão artística, promove a conscientização e abre espaço para a criatividade e a inovação. A proposta é revelar as nuances do processo criativo dos artistas, inspirar outros a explorar o potencial criativo dos descartes e despertar no público o interesse por adquirir obras que, além de estéticamente atraentes, representam um gesto concreto em prol do planeta”, afirma Barreto.
Ao trazer esculturas e instalações produzidos a partir de restos de metal, papel, aço, ferro, plástico, madeira e até objetos recolhidos no mar, Ressignificando com Arte mostra como cada peça reciclada pode carregar um novo significado, tanto para os materiais, quanto para o planeta e para quem os transforma. O documentário também tem caráter educativo, buscando sensibilizar o público expectador sobre os impactos do consumo e estimular práticas sustentáveis em seu dia a dia.

Participam ainda do documentário Nicollas Serafim, como assistente de pesquisa e auxiliar de gravação; Matheus Monstro, como operador de câmera; Joenne Mesquita, como responsável pela identidade visual e também auxiliar de gravação; Herivaldo Ataíde, como editor; Givaldo Kleber, na supervisão musical; e Daniel Lima, como responsável pela animação.
O filme também contou com artistas alagoanos na trilha sonora: Gama Júnior, com a canção “Agradeço”; Serafimm, com “A-mar”; “O futuro é agora”, de Andréa Laís; e “Grande poder”, composição de Mestre Verdelinho, interpretada por Wado & Realismo Fantástico.
A première do filme aconteceu em 31 de julho, num evento especial apenas para a equipe do filme e os artistas convidados que participaram da produção. “Espero que o público se conecte com o movimento artístico-sustentável, reconhecendo a capacidade humana de transformação por meio da arte. Que essa experiência provoque reflexões sobre a cultura do descarte e sobre a urgência de repensarmos nossa relação com os resíduos”, conclui Iranei Barreto.
O trailer está disponível no YouTube do Aqui Acolá Arte: https://www.youtube.com/watch?v=wWIDHBkfgsk.
Sobre os artistas
Persivaldo Figueirôa, pernambucano radicado em Maceió, construiu uma trajetória artística marcada pelo reaproveitamento de materiais descartados e pela defesa da arte como ferramenta de conscientização ambiental. Desde a infância ligado à pintura, abandonou a carreira bancária para se dedicar integralmente à arte, desenvolvendo um trabalho figurativo inspirado no cotidiano, no folclore nordestino e em temas sociais. Sua produção transita entre murais urbanos e esculturas de diversos tamanhos, muitas criadas a partir de luminárias, orelhões, papelão, folhas e objetos recolhidos nas ruas e praias.

Com técnica própria de papietagem, Persivaldo transforma resíduos em peças que ocupam praças, orlas e espaços públicos, como a icônica instalação de tartarugas na orla de Cruz das Almas, obra que une estética e alerta ambiental. Além de criar, o artista ministra oficinas, incentivando o reaproveitamento de materiais e despertando consciência ecológica em novas gerações.
A artista visual Adriana Jardim constrói um trabalho marcado pela união entre arte, acolhimento e sustentabilidade. Desde a infância, incentivada pela mãe, desenvolveu sua criatividade e, ao longo dos anos, aperfeiçoou técnicas de desenho, pintura e escultura. Pós-graduada em Arteterapia, ela encontrou no papel, seja na papietagem, no papel machê ou em combinações com outros materiais recicláveis, seu principal meio de expressão, criando obras surrealistas e tridimensionais que ressignificam resíduos como papelão, embalagens e objetos descartados.

Para Adriana, transformar materiais rejeitados em arte é também um gesto simbólico de transformação pessoal, próximo ao processo terapêutico. Com uma estética leve e poética, ela utiliza a arte sustentável para despertar olhares, provocar questionamentos e promover a harmonia sempre valorizando o acabamento e a força criativa que elevam o reciclável ao status de obra de arte.

Jackson Lima, natural de Limoeiro de Anadia, transformou sua inquietação com os resíduos sólidos em um compromisso estético e ambiental. Autodidata, iniciou na pintura e no desenho, mas foi na escultura que encontrou sua expressão mais potente, utilizando plásticos, metais, vidro, madeira e outros materiais descartados para criar obras originais e duradouras. Seu trabalho, inspirado desde a infância e marcado por uma experiência espiritual que o direcionou à arte sustentável, busca sensibilizar o público para a reciclagem e os impactos ambientais, além de promover oficinas e ações educativas com crianças e jovens.

Marta Arruda, pioneira como a primeira mulher soldadora de Alagoas, construiu uma trajetória artística marcada pela transformação de materiais descartados, especialmente ferro e aço em esculturas de delicadeza surpreendente. Desde os primeiros experimentos na soldagem, Marta já acumula mais de 40 anos de carreira, na qual domina todo o processo de criação, do corte à pintura, tratando o ferro com a leveza de quem trabalha com papel. Sua contribuição para a arte alagoana lhe rendeu o reconhecimento de nova mestra do Patrimônio Vivo de Alagoas em 2025.
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