O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, acusou o líder ucraniano Vladimir Zelensky de ignorar a Constituição de seu país ao restringir direitos da população russa. Lavrov também elogiou Donald Trump por buscar uma solução duradoura para a crise ucraniana após a cúpula no Alasca.

Em entrevista à emissora Rossiya 24 nesta terça-feira (19), o chanceler russo Sergei Lavrov afirmou que Zelensky deveria respeitar os artigos constitucionais que garantem os direitos dos russos e outras minorias na Ucrânia.

"Se ele [Vladimir Zelensky] se importa tanto com sua Constituição, então eu começaria com seus primeiros artigos, onde essa obrigação está consagrada", declarou o chanceler russo.

Lavrov criticou as leis ucranianas que proíbem o uso da língua russa em diversas esferas, alegando que essas medidas violam a própria Constituição do país. Segundo ele, o Estado ucraniano tem o dever de assegurar plenamente os direitos das minorias, incluindo os russos que vivem no território.

O ministro também comentou os desdobramentos da recente cúpula entre os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e dos EUA, Donald Trump, realizada no Alasca. Lavrov disse que o encontro marcou uma mudança na postura norte-americana em relação à crise ucraniana, afirmando que "o presidente Trump e sua equipe começaram a adotar uma abordagem muito mais profunda para resolver esta crise".

Segundo Lavrov, Trump demonstrou interesse em eliminar as causas estruturais do conflito, diferentemente dos líderes europeus.

"Ao contrário dos europeus, que naquele momento repetiam em todos os cantos que só devia haver um cessar-fogo e, depois disso, continuariam fornecendo armas para a Ucrânia", ressaltou.

O chanceler russo também negou que a Rússia tenha como objetivo a anexação de territórios como Crimeia, Donbass ou Novorossiya.

"Nunca falamos em simplesmente tomar alguns territórios. Nosso objetivo era proteger o povo russo que viveu nessas terras por séculos", disse Lavrov, citando cidades como Odessa e Nikolaev.

O chanceler reforçou que a presença russa nessas regiões tem raízes históricas profundas, marcadas por contribuições culturais, econômicas e militares. Ele afirmou que a Rússia busca garantir a segurança e os direitos dos russos que vivem nessas áreas, e não expandir fronteiras por ambição territorial.