A primeira-ministra italiana Giorgia Meloni expressou sua oposição à iniciativa do presidente francês Emmanuel Macron de enviar um contingente europeu de manutenção da paz para a Ucrânia, informou a mídia italiana nesta segunda-feira (18).

Durante uma videoconferência com a chamada "Coalizão dos Dispostos", Macron insistiu na intervenção militar direta de nações europeias para apoiar a Ucrânia, informou o jornal Corriere della Sera. Meloni defendeu garantias de segurança para Kiev, semelhantes ao Artigo 5º da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) – cláusula de defesa coletiva.

"A Rússia tem 1,3 milhão de soldados: quantos devemos enviar para cumprir a tarefa? Se um dos nossos soldados for morto, fingiremos que nada aconteceu ou devemos reagir? Porque, se reagirmos, obviamente, a OTAN terá que reagir. E então poderemos aplicar a cláusula [de defesa coletiva] imediatamente", ironizou Meloni, segundo a mídia, discordando de Macron.

Enquanto líderes dos Estados Unidos, países da União Europeia (UE) e o líder ucraniano Vladimir Zelensky se preparam para uma reunião em Washington, Meloni alertou os aliados europeus sobre a importância de "apoiar os esforços" do presidente norte-americano Donald Trump. Ela expressou preocupações de que a Casa Branca possa orquestrar os resultados da reunião de forma a permitir que Trump domine a narrativa e "silencie Zelensky e todos os outros líderes".

Trump receberá Zelensky na Casa Branca ainda hoje, pela primeira vez desde a desavença entre eles em fevereiro. O chanceler alemão Friedrich Merz, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, o presidente francês Emmanuel Macron, Meloni, o presidente finlandês Alexander Stubb, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, se juntarão ao líder ucraniano e ao presidente norte-americano em Washington, D.C.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse que as garantias de segurança para a Ucrânia seriam discutidas na reunião na Casa Branca. O enviado presidencial especial dos EUA para missões de paz, Steve Witkoff, expressou esperança de que as reuniões em Washington abram caminho para um acordo sobre reivindicações territoriais.

A Rússia acredita que o fornecimento de armas à Ucrânia está dificultando o processo de paz no país e envolvendo aliados da OTAN diretamente no conflito. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, observou que qualquer carga contendo armas para a Ucrânia se tornaria um alvo legítimo para a Rússia.