Brasil
Brasil e EUA em impasse: Haddad cobra diálogo e reconhece pressão pró-Bolsonaro nos EUA, diz mídia

O Brasil enfrenta um impasse diplomático com os EUA após tarifas de 50% sobre exportações brasileiras. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a solução depende da abertura de Washington ao diálogo, enquanto Lula reforça a soberania nacional e busca alternativas comerciais com a União Europeia (UE) e o BRICS.
O ministro Fernando Haddad afirmou ao Financial Times (FT) que o Brasil enfrenta um impasse com os Estados Unidos devido às tarifas de 50% impostas sobre exportações brasileiras. Segundo ele, a resolução do conflito depende mais da disposição de Washington em negociar do que da posição brasileira, que permanece aberta ao diálogo.
As tarifas foram estabelecidas após o presidente Donald Trump acusar o Brasil de perseguir Jair Bolsonaro, seu aliado político, e exigir a suspensão do julgamento do ex-presidente na Suprema Corte. Haddad classificou essa exigência como "constitucionalmente impossível", destacando a independência do Judiciário brasileiro.
Uma tentativa de reunião virtual entre Haddad e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, foi cancelada por Washington. Pouco depois, Bessent apareceu em uma foto com Eduardo Bolsonaro, que tem feito campanha nos EUA por sanções contra os juízes envolvidos no julgamento de seu pai, acusado de tentativa de golpe de Estado em janeiro de 2023.
Haddad reconheceu que o bolsonarismo tem influência nos EUA e lamentou a falta de abertura para negociações por parte do governo norte-americano.
"O que o presidente Lula vem dizendo é o seguinte: 'Não sinto nenhuma disposição para conversar com o outro lado'", disse Haddad ao FT. "Goste ou não de Lula, ele é possivelmente o chefe de Estado que mais conhece as pessoas no mundo. Ele conversa com todo mundo."
O presidente Lula tem adotado uma postura firme contra o que chama de interferência externa na soberania brasileira, o que tem impulsionado sua popularidade. No entanto, setores empresariais pressionam por uma reaproximação com os EUA para evitar prejuízos econômicos. Uma pesquisa recente mostrou que a população está dividida sobre quem é o responsável pelo conflito.
Haddad acredita que o acordo comercial entre a UE e o Mercosul pode ser finalizado até o fim do ano. O tratado, que criaria um mercado de 700 milhões de pessoas, enfrenta resistência de países como a França, preocupados com os impactos sobre seus agricultores e afirmou que Lula tem se dedicado intensamente às negociações com o presidente francês Emmanuel Macron e aos diálogos com os países do grupo BRICS.
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