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Entenda por que pode ser perigoso cortar os cílios
A Dra. Maria Cecília Remígio explica o papel dos cílios para a saúde dos olhos e em que situações eles podem ser retirados

Você sabe para que servem os cílios? Sem a proteção deles, os olhos ficam mais suscetíveis a irritações oculares causadas por partículas do ar, ressecamento, inflamação das pálpebras e até conjuntivite. Além de funcionarem como uma barreira física contra poeira, detritos e pequenos insetos, os cílios atuam como sensores e desencadeiam o reflexo de piscar quando algo se aproxima do olho. Outra de suas funções é limitar a evaporação das lágrimas, para ajudar a manter os olhos úmidos.
No entanto, uma nova moda nas redes sociais promete um visual mais limpo, masculino e com traços faciais mais definidos ao cortar os cílios. A chamada trend “cílios na régua” parece ser um sucesso, mas será que os participantes sabem dos riscos? A Dra. Maria Cecília Remígio, oftalmologista do Hospital de Olhos de Pernambuco, o HOPE, alerta que “os cílios mantêm os olhos seguros e funcionando adequadamente. Sem eles, ficamos mais vulneráveis a lesões e infecções oculares”.
A médica explica que “geralmente os cílios demoram de seis a oito semanas para atingir seu comprimento máximo. Eles não crescem mais rápido, nem mudam sua estrutura natural e nem ficam mais espessos depois de cortados”. De acordo com a especialista, “deixar eles muito curtos aumenta a possibilidade de trauma nas pálpebras e na própria base dos cílios, com risco de ocorrer o mau direcionamento dos mesmos, que podem se desviar para o globo ocular. Essa condição oftalmológica, em que os cílios crescem para dentro, é conhecida como triquíase e provoca muito desconforto”.
A triquíase pode ser congênita, surgir a partir do nascimento ou ao longo da vida. Entre as causas estão inflamações crônicas das pálpebras, traumas, cirurgias, doenças autoimunes e infecções. “A pessoa sente dor, irritação, sensação de cisco no olho, vermelhidão e lacrimejamento excessivo. Podem ocorrer lesões na córnea e, nos casos mais graves, comprometimento da visão, sendo que o tratamento varia de acordo com a causa e a gravidade da condição,” esclarece a Dra. Maria Cecília Remígio.
“Nos casos mais leves, para alívio imediato, o oftalmologista pode fazer a remoção dos cílios com o auxílio de pinças e indicar o uso de colírios lubrificantes. Já nos quadros mais graves podem ser utilizadas técnicas para congelar ou destruir a raiz do cílio. A cirurgia é indicada nas situações mais complexas. Ao apresentar sintomas de triquíase, é muito importante que a pessoa procure um especialista para fazer uma avaliação e receber a indicação do tratamento mais adequado”, recomenda a médica.
Cuidar dos cílios ajuda a prevenir doenças oculares. O ideal é fazer diariamente a higiene da região das pálpebras com água e shampoo neutro. A hidratação pode ser realizada com um creme facial suave ao redor dos olhos. Outros cuidados são evitar coçar ou esfregar os olhos e, caso tenha utilizado maquiagem, retirar o excesso com produtos hipoalergênicos. Vale lembrar que mais do que realçar a beleza dos olhos, os cílios desempenham um importante papel para a manutenção da saúde ocular.
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