Alagoas
TJ-AL : o futuro após a aposentadoria da única desembargadora da Corte
A aposentadoria da desembargadora Elisabeth Carvalho, prevista para março de 2026, acende o debate sobre a representatividade feminina e o futuro da diversidade no Judiciário

O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL), que atualmente conta com 17 desembargadores, enfrenta uma questão de representatividade de gênero que se tornará ainda mais evidente em breve. A desembargadora Elisabeth Carvalho Nascimento é, no momento, a única mulher entre os membros do TJ-AL.
Ela completará 75 anos em março de 2026, o que significa que, pela regra da aposentadoria compulsória do serviço público, ela deixará o cargo nessa data. Isso levanta uma questão importante: sem a presença de Elisabeth, o TJ-AL ficará composto exclusivamente por homens, a menos que uma nova desembargadora seja nomeada para substituí-la.
A ausência de mulheres nesse escalão do Judiciário estadual levanta debates sobre a representatividade feminina e a importância de garantir diversidade nos espaços de poder. A escolha da próxima desembargadora ou desembargador do TJ-AL se torna, assim, um momento crucial.
Será que o tribunal aproveitará a oportunidade para manter a representatividade feminina, escolhendo outra mulher para o cargo? Ou veremos o TJ-AL seguir com uma composição predominantemente masculina, reforçando um histórico de sub-representação feminina no Judiciário alagoano?
O tema já começa a ser comentado nos bastidores da advocacia e entre membros do Mi-nistério Público, da Defensoria e da própria magistratura. Movimentos de mulheres e entidades jurídicas voltadas para a promoção da equidade de gênero avaliam que a substituição de Elisabeth Carvalho por uma nova desembargadora seria um passo importante para fortalecer a diversidade e a representatividade no tribunal.
A disputa pela vaga, que inevitavelmente passará pela lista tríplice e pela escolha do governador, poderá se tornar um teste para medir o compromisso das lideranças políticas e judiciais de Alagoas com a inclusão de mulheres nos mais altos postos da Justiça estadual.
Além do aspecto simbólico, a presença feminina na magistratura de segunda instância é considerada estratégica por muitos especialistas, pois traz pluralidade de visões e maior sensibilidade a pautas que impactam diretamente mulheres, famílias e grupos historicamente vulneráveis.
Seja qual for a decisão, a aposentadoria de Elisabeth Carvalho marcará o fim de um ciclo e abrirá um capítulo que pode redefinir a composição e a imagem institucional do TJ-AL — seja para manter a lacuna histórica ou para iniciar um novo momento de equilíbrio e representatividade.
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