Cidades
Novo estudo aponta falhas no mapa de risco das áreas de afundamento do solo em Maceió
Estudo elaborado por especialistas do Brasil e da Alemanha aponta necessidade de revisão e criação de um “mapa de danos” para áreas afetadas pela Braskem

Maceió (AL) — Um relatório técnico-científico independente, elaborado por especialistas brasileiros e alemães, contestou o atual mapa de risco da Defesa Civil de Maceió para as áreas afetadas pelo afundamento do solo causado pela Braskem. O documento foi apresentado na manhã desta sexta-feira (8) durante uma audiência pública no Centro Universitário Cesmac.
Segundo Marcos Eduardo, professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e um dos responsáveis pelo estudo, a metodologia utilizada no mapeamento oficial apresenta limitações e precisa ser revista. “Entre as recomendações, defendemos a criação de um mapa de danos, que não é algo aleatório, mas uma ferramenta essencial para compreender todos os fatores que estão causando esses problemas”, afirmou.
O relatório traz novas análises sobre a Rua General Hermes, no Bom Parto, e sobre a área dos Flexais, apontando questões ligadas à segurança dos locais. A proposta de um novo mapa se baseia também em vistorias recentes feitas pela Justiça Federal, Ministério Público de Alagoas e Defensoria Pública, que identificaram rachaduras em imóveis fora da área de risco definida pela Defesa Civil. Uma decisão judicial sobre a realocação dessas famílias deve ser divulgada ainda em agosto.
O defensor público Ricardo Melro declarou que o estudo será entregue ao prefeito de Maceió. “Vamos pedir que ele tenha sensibilidade para acolher o trabalho feito pelos melhores profissionais do mundo. Se não for aceito, recorreremos à Justiça”, disse.
Representantes de movimentos sociais que reivindicam indenizações da Braskem também participaram do encontro.
Em nota, a Braskem afirmou que, desde 2019, atua em Maceió para garantir a segurança da população e mitigar os efeitos da subsidência do solo nos bairros de Bebedouro, Bom Parto, Pinheiro, Mutange e Farol. Segundo a empresa, o monitoramento, baseado em acordos com autoridades e homologados pelo Judiciário, é feito com equipamentos capazes de detectar movimentos milimétricos no solo, e não há, até o momento, indicação para alterar o mapa de risco.
Já a Defesa Civil Municipal informou que não foi convidada para a audiência e que não teve acesso ao conteúdo apresentado. O órgão destacou que o Mapa de Linhas e Ações Prioritárias, em sua quinta versão, foi elaborado com apoio do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A Defesa Civil também afirmou que toda a região afetada e áreas vizinhas são monitoradas continuamente e que, em algumas localidades, o processo de afundamento está diminuindo.
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