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Piatã: a cidade mais fria e alta do Nordeste combina clima serrano, café premiado e belezas naturais
Localizada a 1.280 metros de altitude na Chapada Diamantina, cidade baiana registra temperaturas próximas de 1°C no inverno, atrai turistas para trilhas, cachoeiras e produção de cafés especiais

Refúgio serrano no coração da Bahia
Entre as paisagens quentes e ensolaradas que marcam o imaginário nordestino, Piatã se destaca como um destino que foge ao estereótipo. Situada a 1.280 metros de altitude, no alto da Chapada Diamantina, a cidade ostenta o título de município mais alto e frio do Nordeste. No inverno, especialmente em julho, os termômetros podem se aproximar de 1°C, com noites geladas, manhãs de neblina e clima que remete a cidades do Sul do país.
Natureza e aventura
Piatã é cercada por atrativos naturais que convidam à contemplação e ao ecoturismo. Trilhas levam a cenários como a Serra do Tromba e a Serra da Santana, que oferecem mirantes naturais e, no caso da segunda, um roteiro de romaria até a capela do Senhor do Bonfim. O ponto alto, literalmente, é a subida ao Pico do Barbado — com 2.033 metros, é o topo do Nordeste e proporciona vistas panorâmicas da Chapada após cerca de quatro horas de caminhada de nível médio.
As cachoeiras também são parte do charme local: Patrício, Cochó, Rio de Contas, Malhada da Areia, Encontro das Águas, Gerais do Rio de Contas e a Bica do Machado estão entre as mais visitadas. Algumas possuem características singulares, como poços cercados por paredões rochosos ou pequenas faixas de areia que formam “praias” naturais.
Terra do café premiado
Reconhecida como “Cidade do Café”, Piatã é referência na produção de grãos especiais que conquistam prêmios internacionais. Fazendas como a Rigno oferecem passeios guiados, permitindo que visitantes acompanhem todas as etapas do cultivo e beneficiamento, seguidos de degustações com notas aromáticas de chocolate, canela e frutas.
Tradições e cultura
No inverno, além de aproveitar o clima serrano, moradores e turistas se reúnem para celebrar o São João, com programação festiva que movimenta o município. O centro histórico preserva construções coloniais como a Igreja Matriz do Bom Jesus e a Capela de Nossa Senhora do Rosário, testemunhos do período bandeirante e garimpeiro. Outro atrativo é a Serra do Gentil, onde pinturas rupestres datadas de até 12 mil anos revelam traços da presença humana no Paleolítico.
Vida pacata e economia modesta
Com população estimada em 20.859 habitantes em 2024, Piatã mantém ritmo tranquilo e baixa densidade demográfica — apenas 11 moradores por km². A economia é moderada, com PIB per capita de R$ 14,4 mil (2021) e salário médio de 2,1 salários mínimos. O emprego formal atinge cerca de 8% da população.
Na educação, a cidade apresenta bons índices: taxa de escolarização de 98,6% entre crianças de 6 a 14 anos (2010) e IDEB de 6,1 nos anos iniciais do ensino fundamental em 2023, acima da média nacional. Já a infraestrutura urbana enfrenta desafios, com apenas 4,7% das casas ligadas a rede de esgoto e 3,9% das vias pavimentadas em 2010. Em contrapartida, a arborização alcança metade das áreas públicas.
Destino para quem busca sossego e frio no Nordeste
Entre montanhas, cafezais e cachoeiras, Piatã oferece uma combinação rara no Nordeste: clima frio, paisagens de tirar o fôlego e um estilo de vida interiorano que conquista visitantes em busca de tranquilidade, cultura e experiências únicas.
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