Internacional
Bloqueio israelense de combustível coloca 100 bebês prematuros em risco em Gaza, diz mídia

As Nações Unidas dizem que a falta de combustível na Faixa de Gaza, devido às restrições israelenses, está impedindo operações de "salvamento de vidas" no território.
Segundo informações veiculadas pela Al Jazeera nesta quarta-feira (6), o número de vítimas fatais pela fome no enclave palestino durante a guerra de Israel aumentou para 193, com cinco novas mortes confirmadas nas últimas 24 horas, diz o Ministério da Saúde de Gaza.
Além disso, o veículo de comunicação afirmou que o bloqueio de Israel na região está colocando cerca de 100 bebês prematuros em risco.
Pressão
Aliados do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, estão pressionando o Exército a lançar mais uma ofensiva na Faixa de Gaza, com o objetivo de tomar todo o território. A proposta tem gerado tensões entre o governo e a liderança militar, especialmente com o chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (FDI), Eyal Zamir. Ministros do gabinete têm exigido publicamente que o Exército obedeça às ordens políticas em sua integridade, mesmo diante da oposição interna.
Zamir, nomeado por Netanyahu em março, foi inicialmente elogiado como um comandante ofensivo, mas agora enfrenta divergências com o premiê. Ministros como Itamar Ben-Gvir, da Segurança Nacional, exigem que o chefe militar se comprometa publicamente com a conquista total de Gaza. Já o ministro da Defesa, Israel Katz, defende o direito de Zamir de expressar sua posição, mas reforça que as decisões políticas devem ser cumpridas pelas Forças Armadas.
De acordo com o Financial Times (FT), negociações por um cessar-fogo de 60 dias fracassaram recentemente, com o Hamas endurecendo suas exigências e Netanyahu recusando-se a concordar com os termos impostos para pôr fim à guerra. Enquanto autoridades israelenses e norte-americanas afirmam que o grupo palestino não está interessado em um acordo, a crise humanitária continua ceifando vidas no enclave, e alternativas para libertar os reféns estão sendo consideradas.
Donald Trump, presidente americano, tem evitado se posicionar claramente sobre a expansão da ofensiva para os 25% restantes da Faixa, onde vivem a maioria dos 2,1 milhões de habitantes, em condições humanitárias precárias. Ele afirmou estar focado em ajudar a alimentar a população, mas que a decisão de reocupar o território cabe a Tel Aviv. A comunidade internacional tem intensificado críticas à atuação israelense na região.
Em resposta às pressões, o governo Netanyahu flexibilizou recentemente a entrada de ajuda humanitária em Gaza, abrindo novos pontos de travessia e corredores seguros. No entanto, essa ajuda pode ser comprometida por uma nova ofensiva e pela evacuação forçada de civis.
As FDI também se opõem à proposta de criação de "cidades humanitárias" no sul de Gaza, feita por Katz e outros ministros. Segundo uma autoridade israelense ouvida pelo FT, as divergências públicas entre o governo e os militares têm como objetivo aumentar a pressão sobre o Hamas para retomar as negociações.
Analistas militares acreditam que, caso a reocupação total não seja aprovada, o Exército recomendará uma expansão limitada da campanha, com ataques terrestres e aéreos direcionados, uma vez que a conquista total exigiria o envio de várias divisões e a convocação de reservistas já exaustos.
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