Internacional
Israel não observa trégua com Líbano, aumentando tensão regional, contam especialistas

Apesar da posição moderada do Líbano, a ameaça de uma nova campanha militar israelense contra o país permanece alta, o que gera riscos para a segurança regional, afirmaram à Sputnik especialistas militares.
O primeiro interlocutor da Sputnik, Antoine Mrad, general libanês, destacou que o Exército de Israel atua ao longo da fronteira sírio-libanesa, controlando parcialmente pontos estratégicos perto do Líbano.
"O objetivo [de Israel] é eliminar a chamada 'ameaça do saliente da Galileia' — uma seção do sul do Líbano geograficamente adjacente à Alta Galileia – e chegar ao rio Litani", ressaltou.
Ele acrescentou que o Líbano está balançando entre dois vetores opostos — a linha EUA–Israel, que busca a eliminação de quaisquer grupos armados, e a linha do movimento xiita Hezbollah, que sente a pressão não apenas de Israel e da Síria, mas também de várias forças políticas internas.
Segundo Mrad, o Hezbollah usa táticas de "defesa diferida", contendo suas ações para não provocar uma escalada.
"O que está retendo a guerra é a linha cautelosa e ponderada do Hezbollah, bem como o papel do presidente do Líbano, Joseph Aoun, e do presidente do parlamento, Nabih Berri", apontou.
Quais eventos na região o futuro prepara?
Outro especialista militar, Ali Hamie, apontou à Sputnik três possíveis cenários para o desenvolvimento da situação:
Dessa forma, avaliou, o terceiro cenário é o mais provável, no qual Israel poderia provocar um novo conflito usando a luta contra o Hezbollah como pretexto para aumentar o apoio internacional e desviar a atenção de suas ações na Faixa de Gaza.
"Nenhuma das partes — nem Israel, nem os Estados Unidos, nem o Hezbollah — está pronta para as consequências de uma nova guerra nas condições atuais e precisam de tempo para fortalecer suas posições", finalizou.
A trégua entre o Hezbollah e Israel entrou em vigor em 27 de novembro de 2024. Israel deveria retirar as tropas do sul do Líbano até 26 de janeiro de 2025, mas o prazo mudou para 18 de fevereiro.
Ao mesmo tempo, as forças israelenses ainda permanecem na zona tampão ao longo da fronteira e continuam atacando o território libanês, citando ameaças do Hezbollah.
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