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ULLA

Um homem tem várias fases na vida que incorporam na sua personagem como ser humano. Minha infância e juventude, livres, leves e soltas nas praias de Maceió. Minha formação oriunda do Colégio Diocesano, da Academia Militar das Agulhas Negras, da Faculdade de Engenharia, da boemia, do convívio social, me deram régua e compasso na vida. Sou um ser complexo de todas as épocas que vivi. Agora me afloram as letras e a fertilidade da imaginação. Acabei de escrever meu oitavo romance, inspirado numa morena bonita de olhos verdes, ULLA, filha de uma negra e um holandês. Charmosa, sensual, os homens a desejavam, era a fantasia dos maloqueiros da praia da Avenida da Paz. Não sei por onde ela anda. Num ímpeto de imaginação criei o romance, ULLA, nada a ver com a que eu conheci nos bares do bairro do Poço e Jaraguá. Inventei minha ULLA. Peço permissão aos leitores para transcrever um ensaio sobre o romance, do escritor, Luiz Cláudio Castello Branco.
“Ambientado na Maceió dos anos de 1950, “Ulla”, novo romance do escritor Carlito Lima, narra a história de uma linda jovem, de mãe negra e pai holandês, que vem com a família residir em Maceió, após uma fatalidade ocorrida no município alagoano de Palmeira dos Índios. O lançamento ocorre na sexta-feira (18), das 17h às 21h, na Casa da Macaxeira, localizada na Praça 13 de Maio, no bairro de Poço. A praça é palco da vida da protagonista e berço de suas lembranças.
Carlito Lima é, por excelência, um contador de histórias. Seus personagens e cenários, reais e fictícios, contextualizam o tempo e o espaço, atravessando aspectos de miscigenação e cultura, resgatando momentos importantes de história, geografia, urbanidade e política, em lembranças de fatos marcantes, envoltos no tema central do romance.
Em “Ulla”, encontramos a descendência holandesa, dos fugitivos da Guerra dos Guararapes, junto às origens negras dos quilombos alagoanos e à presença húngara, de um capitão revolucionário democrata. Narrado do agreste de Alagoas ao litoral do estado, em Maceió, passando pelo Rio de Janeiro, a história de Ulla atravessa o Atlântico e chega à Europa.
Os lugares se mesclam à narrativa romântica da obra, contada por meio das experiências de vida de Ulla, que encarna a coragem da mulher, consciente de seu poder feminino e de seu papel familiar. Livre de arrogância e vitimismo, Ulla guarda em si o segredo da beleza, que encanta os homens, os quais reconhecem nela autenticidade, inteligência, força e fidelidade à si mesma e às suas convicções. Na obra, uma praça se torna elemento de contestação, de uma grande perda para a população de Maceió. A indignação é clara quando o Sesc-Poço, construído em 1957, ocupa o espaço da Praça 13 de Maio e destrói a área verde, que pertencia ao povo.
“Como deixaram construir a sede do Sesc em cima de nossa praça? Que absurdo é esse? Ninguém reclamou? Acabaram com a praça da minha vida! Como nossa comunidade deixou fazer isso? Quem deixou derrubar nossa mangueira? E a roda de samba?”, questiona Ulla, mostrando a sua coragem.”
OBS – Aos que não puderem comparecer ao lançamento e queiram adquirir o romance ULLA, pode pedir pelo whatzap: 82.99690.9964, que o livro será entregue em sua casa, por portador ou pelos Correios.
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