Internacional

Governo dos EUA abre investigação comercial contra o Brasil, diz mídia

Por Sputinik Brasil 15/07/2025
Governo dos EUA abre investigação comercial contra o Brasil, diz mídia
Foto: © AP Photo / Casa Branca/ divulgação

Os Estados Unidos iniciaram uma investigação comercial contra o Brasil. O objetivo é examinar medidas, políticas ou ações adotadas pelo governo brasileiro no que se refere ao comércio digital e a sistemas de pagamento eletrônico — áreas diretamente ligadas às grandes empresas de tecnologia norte-americanas.

O documento que embasa a decisão também menciona "tarifas preferenciais e injustas", ações anticorrupção, direitos de propriedade intelectual, obstáculos no acesso ao mercado de etanol, práticas de desmatamento ilegal e atitudes discriminatórias contra cidadãos ou companhias dos EUA no âmbito comercial.

"Sob o comando do presidente Donald Trump, eu abri a investigação sobre os ataques do Brasil às empresas de rede social americanas e outras práticas comerciais injustas", afirmou, por meio de comunicado, Jamieson Greer, representante comercial dos Estados Unidos.

A apuração determinada por Donald Trump pode trazer impactos negativos adicionais para a economia do Brasil. A medida abre espaço para possíveis punições comerciais, cuja reversão é considerada complexa.

Na mesma comunicação em que anunciou a imposição da tarifa de 50% sobre mercadorias brasileiras e alegou perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Trump ordenou que o Representante Comercial dos EUA (USTR, na sigla em inglês) iniciasse um processo formal contra o Brasil, com base na chamada seção 301.

Esse dispositivo, previsto em uma lei americana de 1974, concede ao governo dos Estados Unidos autoridade para impor retaliações — tanto tarifárias quanto não tarifárias — contra países cujas práticas sejam consideradas desleais e prejudiciais ao comércio estadunidense.

Atualmente, a China é o principal país sob esse tipo de sanção. Em 2018, durante seu primeiro mandato, Trump aplicou tarifas de punição à China, alegando práticas injustas nos campos de transferência de tecnologia, inovação e propriedade intelectual.

As tarifas afetaram cerca de US$ 370 bilhões em importações chinesas. Mesmo após sete anos, seguem em vigor e foram estendidas recentemente ao setor de construção naval.