Poetas como Patativa do Assaré e Bráulio Bessa, ícones da música como Elba Ramalho, Dominguinhos e Luiz Gonzaga, além de toda a riqueza da cultura, dos sotaques, da culinária e das danças típicas do Nordeste, foram alguns dos principais elementos da cultura nordestina que estiveram presentes nas atividades realizadas com mais de 300 estudantes do 1º ao 5º anos do Ensino Fundamental da Escola Municipal Professora Maria José Clemente Rocha.

O projeto, intitulado Nordestinidade, é desenvolvido habitualmente ao longo de todo o ano letivo e tem como principal objetivo valorizar e fortalecer a identidade cultural nordestina entre os alunos. Por meio de atividades interdisciplinares e vivências culturais, os estudantes têm a oportunidade de conhecer e se identificar em suas raízes nordestinas.

Segundo a diretora da escola Júlia Márcia Vieira Dias, a proposta vai além do conteúdo didático, uma vez que promove pertencimento, orgulho e respeito à história e às tradições do povo nordestino. “Há anos que a gente vem trabalhando esse projeto, e a cada edição é uma novidade, uma descoberta. Nós, nordestinos, precisamos realmente nos reconhecer mais, nos amar mais e abraçar essa cultura que é linda e maravilhosa”, frisou.

O projeto proporcionou a todos os estudantes uma gama de conhecimentos e vivências por meio das diversas expressões nordestinas. A coordenadora da iniciativa, Verônica Paranhos, disse que a atividade é extremamente rica e amplia o repertório cultural e linguístico dos alunos, promovendo o aprendizado de forma lúdica e significativa.

“Os nossos estudantes puderam ter uma gama de conhecimento significativo na prática, vivenciando, experimentando. Trabalhamos também expressões nordestinas, os seus significados, as suas particularidades. É um projeto rico que amplia muitos conhecimentos e os estudantes realmente aprendem de forma lúdica e significativa”, pontuou Verônica.

O projeto também contemplou as disciplinas de português e matemática. “Criamos um mural com um varal das bandeirinhas, onde eles puderam trabalhar a parte da dobradura, da parte geométrica, na matemática, e produção de texto. É um projeto muito amplo, onde a gente consegue trabalhar muitas vertentes. Os alunos foram envolvidos em atividades interdisciplinares que integraram arte, história, música, literatura, culinária e outras manifestações culturais do Nordeste. O trabalho em sala de aula se transformou em vivências ricas, despertando a curiosidade e o orgulho dos estudantes pela cultura da sua terra”, destacou a coordenadora.

A aluna Nycole Correia disse que aprendeu muito sobre a cultura do Nordeste e se encantou com um artista que pintava bandeirinhas. “Eu aprendi muitas coisas que eu não sabia sobre o Nordeste no projeto. Conheci muitas coisas sobre o artista Alfredo Volpi, que pintava bandeiras e as bandeiras dele eram muito artísticas e eu aprendi muito sobre isso”, disse.

A professora Lidiana Leite Lira destacou a importância do projeto. “A importância desse Projeto Nordestinidade é para a valorização da nossa cultura, mas também para as crianças se reconhecerem, se pertencerem a essa cultura. Já estamos trabalhando há alguns anos nesse projeto, trabalhando temáticas, trabalhando toda a região Nordeste para que as crianças possam conhecer que somos pertencentes a uma região, cada região, cada estado tem a sua forma de trabalhar a cultura nordestina”, ressaltou.

Emanuela Soares, funcionária e mãe da aluna, Cecília Soares, disse que o projeto Nordestinidade vai além da época de São João. “Esse projeto é importante porque ele resgata a nossa cultura, as nossas raízes. Ele resgata as nossas tradições ancestrais do nosso povo nordestino, do nosso povo forte, alegre e festivo”, afirmou.

Já sua filha, Cecília Soares, também falou da experiência com o projeto e ressaltou o quanto aprendeu. “Aprendi muitas coisas com o projeto. Descobri muitas coisas que não sabia sobre o lugar onde moro. Me diverti muito e sou grata pela oportunidade de aprender mais sobre a nossa cultura”, disse a estudante com muita alegria.

O projeto envolveu todo o corpo escolar e foi além das salas de aulas, incluindo o carinho especial das merendeiras da escola, Eliene Ferreira e Vania Alves. Elas também participaram ativamente da iniciativa, preparando algumas das comidas típicas da culinária nordestina para os alunos. “Estamos participando do projeto cozinhando uma comida deliciosa para as nossas queridas crianças. Fizemos bolo, munguzá, pipoca, suco e o principal tudo isso com amor”, contou.

A força da coletividade do projeto abrangeu até mesmo aquele que recebe os alunos diariamente como o porteiro, Mateus Augusto. “Esse projeto é muito importante para os alunos, porque ajuda a conhecerem mais um pouco o nosso Nordeste e a nossa região, nossa cultura”, disse.

O estudante Emanuel da Silva também expressou sua gratidão por participar do projeto e vivenciar a rica cultura nordestina. “Sou aluno da escola e agradeço por ter me ensinado a cultura de ser nordestino”, destacou.

O orgulho de ser nordestino também está nas palavras e nos sentimentos do estudante Átila Machado. Ele destacou o quanto o projeto contribuiu para o seu aprendizado. “Aprendi muito sobre o que é ser nordestino. Conheci mais sobre as comidas típicas, as danças e as músicas que fazem parte da nossa cultura. Tenho muito orgulho de ser do Nordeste”, afirmou.

A professora Larissa Gouveia, falou sobre a escolha do tema desenvolvido pelos alunos do 2º ano. “O tema a Ilha do Ferro que foi desenvolvido com as turmas do 2º ano, fala de um povoado que é composto por artesãos, onde eles fazem artes populares. São obras originais que demonstram toda a riqueza cultural que o estado tem. As crianças do 2º anos tiveram contato com as peças autorais dos artistas da Ilha do Ferro, onde puderam tocar, se apropriar e recriar as atividades, se apropriando do tema e se nutrindo da cultura popular alagoana”, destacou.