Internacional

Brasil 'condena com veemência' bombardeios dos EUA no Irã

Governo Lula destaca que ataques violam normas e expões civis

Redação ANSA 23/06/2025
Brasil 'condena com veemência' bombardeios dos EUA no Irã
Imagem de satélite mostra os danos no centro de tecnologia nuclear de Isfahan após ataques dos EUA - Foto: © ANSA/EPA

O governo brasileiro expressou "grave preocupação" com a "escalada militar no Oriente Médio" e condenou "com veemência" os bombardeios promovidos pelos Estados Unidos e Israel contra instalações nucleares do Irã.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores destaca que as ofensivas são uma "violação da soberania do Irã e do direito internacional" e ameaçam a vida e a saúde dos civis, por causa do risco de radiação.

"Qualquer ataque armado a instalações nucleares representa flagrante transgressão da Carta das Nações Unidas e de normas da Agência Internacional de Energia Atômica. Ações armadas contra instalações nucleares representam uma grave ameaça à vida e à saúde de populações civis, ao expô-las ao risco de contaminação radioativa e a desastres ambientais de larga escala", alertou.

O governo brasileiro reiterou ainda "sua posição histórica em favor do uso exclusivo da energia nuclear para fins pacíficos" e rejeitou "com firmeza qualquer forma de proliferação nuclear, especialmente em regiões marcadas por instabilidade geopolítica, como o Oriente Médio".

O Brasil também repudiou os "ataques recíprocos contra áreas densamente povoadas, os quais têm provocado crescente número de vítimas e danos a infraestrutura civis, incluindo instalações hospitalares, as quais são especialmente protegidas pelo direito internacional humanitário".

Por fim, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou "a urgente necessidade de solução diplomática que interrompa esse ciclo de violência e abra uma oportunidade para negociações de paz".

"As consequências negativas da atual escalada militar podem gerar danos irreversíveis para a paz e a estabilidade na região e no mundo e para o regime de não proliferação e desarmamento nuclear", concluiu o Itamaraty.