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Astrônomos resolvem antigo mistério da astrofísica: a matéria perdida do Universo (IMAGEM)

Ao rastrear poderosos sinais cósmicos que atravessaram o espaço há bilhões de anos até suas galáxias hospedeiras, os astrofísicos finalmente identificaram onde se esconde a matéria perdida do Universo.
No espaço entre as galáxias, onde a matéria é extremamente rarefeita, os cientistas detectaram sinais de sua presença por meio de explosões rápidas de rádio (FRBs, na sigla em inglês), fenômenos cósmicos intensos e breves que atravessam o Universo com energia equivalente a centenas de milhões de sóis. Essa descoberta ajuda a resolver um dos maiores enigmas da astrofísica: o paradeiro da matéria "perdida" do Universo.
Conhecido como o "problema do bárion perdido", esse mistério não questionava a existência da matéria, mas sim a sua localização. Agora, com a ajuda das FRBs, os cientistas descobriram que cerca de 75% da matéria bariônica está dispersa entre as galáxias, na chamada teia cósmica, uma rede invisível que conecta o Universo.

A matéria bariônica, que representa cerca de 5% do conteúdo total do Universo, inclui tudo o que podemos ver e tocar: estrelas, planetas, poeira, gás e até seres humanos. A radiação cósmica de fundo, remanescente do Big Bang, indica quanta matéria havia no início do Universo, mas observações posteriores mostravam apenas metade dessa quantidade visível.
Nos últimos anos, evidências começaram a apontar que a matéria ausente estaria no espaço intergaláctico, tão difusa que não podia ser detectada diretamente. No entanto, as FRBs, ao atravessarem esse meio, sofrem alterações que revelam a presença da matéria, permitindo que os cientistas a estudem indiretamente.
De acordo com o recente estudo publicado na Nature Astronomy, essas explosões de rádio, que duram milissegundos, são um mistério por si só, mas sua utilidade como ferramentas de medição é inegável. Liam Connor e sua equipe analisaram 60 FRBs, observando como seus sinais foram afetados pela matéria que encontrava no caminho até a Terra, funcionando como "lanternas cósmicas" que iluminam o invisível.
Os cálculos indicam que 76% da matéria normal está no meio intergaláctico, principalmente em forma de hidrogênio. Outros 15% estão nos halos de matéria escura ao redor de galáxias e aglomerados, e o restante forma as galáxias em si. Essa distribuição ajuda a entender melhor a estrutura e evolução do Universo.
Embora essa descoberta resolva onde está a matéria bariônica, os cientistas agora buscam entender como ela foi parar ali. Segundo o astrônomo Vikram Ravi, trata-se de um verdadeiro triunfo da astronomia moderna, que está revelando uma nova visão sobre a composição e a história do Universo.
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