Cidades

Gestão frágil de Luísa Duarte, precariedade generalizada e governo sob controle remoto do “imperador”

Redação 05/06/2025
Gestão frágil de Luísa Duarte, precariedade generalizada e governo sob controle remoto do “imperador”

A cidade de Palmeira dos Índios atravessa seus primeiros 150 dias da nova gestão sem sinais reais de autonomia administrativa. A prefeita Luísa Duarte (MDB), embora tenha assumido o posto formalmente, ainda não conseguiu demonstrar protagonismo ou capacidade de imprimir um estilo próprio de governar. A máquina municipal segue sendo operada nos bastidores por seu sobrinho e ex-prefeito, Júlio Cezar — ou, como passou a ser chamado nos círculos políticos locais, o “Imperador”.

A gestão é marcada por precariedade generalizada. As escolas enfrentam difculdades; estradas vicinais estão em situação crítica; serviços urbanos são descontinuados ou mal executados; e servidores terceirizados continuam sendo privilegiados e inchando a máquina pública. Os contratos celebrados pela prefeitura seguem em sua maioria, com pouca ou nenhuma transparência, o que dificulta o controle social e alimenta a desconfiança da população.

Eventos festivos com artistas de renome continuam sendo priorizados, com altos valores contratados e pouca divulgação sobre critérios técnicos, licitações ou impactos sociais. Enquanto isso, bairros inteiros convivem com esgoto a céu aberto, falta de iluminação pública e abandono de equipamentos públicos.

Politicamente, Luísa Duarte não consolidou uma base própria. Sua figura é percebida como secundária dentro da engrenagem de poder que ainda gira em torno de Júlio Cezar. A estrutura administrativa permanece inchada, e a comunicação oficial gira mais em torno da celebração de feitos pontuais do que da apresentação de políticas públicas consistentes.

Com um município marcado por dívidas estruturais e demandas sociais urgentes, Palmeira dos Índios precisa mais do que uma gestora formal. Precisa de uma liderança real, presente e comprometida com mudanças profundas. Até agora, a impressão dominante é de que a cidade segue governada por controle remoto — com as ordens partindo de longe, mas os impactos recaindo diretamente sobre o povo.