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Brasil defende integração entre políticas sociais e ambientais para reduzir riscos de desastres na Plataforma Global da ONU

Em Genebra, representantes do MIDR destacam investimentos em habitação, saneamento e proteção de encostas, além de reforçarem a necessidade de ampliar o financiamento internacional para a resiliência climática

Assessoria de Comunicação Social do MIDR 05/06/2025
Brasil defende integração entre políticas sociais e ambientais para reduzir riscos de desastres na Plataforma Global da ONU
Representantes do MIDR debatem necessidade de ampliar financiamento internacional para a resiliência climática - Foto: Divulgação/MIDR

Brasília (DF) - Reforçando o compromisso do Brasil com a gestão de riscos e desastres, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) — representado pelo vice-ministro, secretário-executivo Valder Ribeiro, e pelo secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff — cumpriu importantes agendas no terceiro dia da Plataforma Global para Redução de Riscos de Desastres (GP2025). O evento, promovido pela ONU em Genebra, na Suíça, reúne governos, agências internacionais e organizações da sociedade civil para debater soluções, compartilhar experiências e acelerar a implementação do Marco de Sendai até 2030.

Fortalecendo a governança do risco de desastres

Na sessão de alto nível sobre governança de riscos, o secretário-executivo destacou a experiência brasileira na estruturação de políticas integradas para reduzir vulnerabilidades e promover resiliência, especialmente entre as populações mais expostas. Valder Ribeiro apresentou a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, que articula ações entre União, estados e municípios, com participação ativa da sociedade civil, setor privado e academia.

Entre as iniciativas destacadas, estão o Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil, elaborado de forma colaborativa, e a integração com o Plano Clima. “Fortalecer a governança é essencial para transformar a gestão de riscos em política pública estruturante, especialmente em um país tão diverso e desigual como o Brasil”, ressaltou Valder Ribeiro.

Durante a sessão, foi solicitado à delegação brasileira mais detalhes sobre a COP30, que vai ocorrer em Belém, em novembro deste ano. O secretário Valder abordou o tema durante o debate. A agenda desta quarta-feira contou com diversas reuniões bilaterais, cumpridas pela delegação brasileira no evento.

Mesa-redonda ministerial: financiamento para a resiliência climática

O secretário-executivo do MIDR também participou da mesa-redonda ministerial sobre financiamento para redução de riscos, onde reforçou a necessidade de ampliar os fluxos internacionais de recursos para apoiar os países do Sul Global, mais vulneráveis aos impactos da crise climática.

Ele destacou que o Brasil vem ampliando investimentos em prevenção e resposta a desastres, com mais de US$ 600 milhões destinados a obras de contenção de encostas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Também citou o Projeto de Integração do Rio São Francisco, que garante abastecimento para mais de 12 milhões de brasileiros, e a emissão recente de US$ 2 bilhões em títulos soberanos sustentáveis, voltados à agenda climática e socioambiental.

“É hora de transformar compromissos em ação concreta. O financiamento adequado é condição indispensável para fortalecer a resiliência e proteger as populações mais vulneráveis”, completou.

Redução de Riscos de Desastres, Clima e Segurança - Um Diálogo Global

Em sua agenda desta quarta-feira (4), o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, destacou o impacto das mudanças climáticas no aumento da frequência e intensidade dos desastres no Brasil. “É inegável reconhecer que as mudanças do clima têm sido um fator extremamente agravante na questão dos desastres, causando o aumento de sua frequência, intensidade e abrangência”, afirmou. O secretário também alertou para o carater regional e cada vez mais severo dos eventos extremos que afetam o país.

Wolnei enfatizou ainda a relação direta entre desigualdade social e vulnerabilidade a desastres no Brasil. “As desigualdades são o fator determinante para a alta vulnerabilidade a desastres no Brasil. Devido à pobreza, famílias não possuem recursos financeiros para habitar moradias seguras ou áreas regularizadas das cidades”, destacou. Segundo ele, a proteção efetiva da população depende não apenas de sistemas de alerta, mas também de políticas estruturais que combatam a exclusão social e a pobreza.

O secretário também apresentou a proposta brasileira levada ao G20, reforçando a necessidade de integração entre políticas sociais e ambientais. “Não há que se falar em reduzir o risco de desastres sem falar da redução das desigualdades sociais e da pobreza”, afirmou Wolnei. Ele ressaltou o compromisso do governo brasileiro, que, sob a liderança do presidente Lula, retomou investimentos estruturantes em habitação, saneamento e proteção de encostas, além de reestruturar a Defesa Civil Nacional.