Internacional
Chile e Google anunciam cabo submarino entre América do Sul e Austrália que pode beneficiar o Brasil

O Chile e o Google anunciaram a criação da joint venture Humboldt Connect, que será responsável pela instalação do primeiro cabo submarino de fibra óptica entre a América do Sul e a Austrália.
A iniciativa, liderada pela estatal chilena Desarrollo País em parceria com a gigante da tecnologia Google, promete transformar a conectividade digital na região, com impactos significativos também para o Brasil.
"Este projeto, que conectará a região de Valparaíso à Austrália por meio de mais de 14.000 quilômetros (8.700 milhas) de cabos, é uma expressão clara de como entendemos o lugar do Chile no século XXI: como um país aberto, confiável e totalmente comprometido com a integração internacional ativa", disse o ministro das Relações Exteriores do Chile, Alberto van Klaveren, em um comunicado divulgado no site do ministério.
Embora o cabo não passe diretamente pelo território brasileiro, "essa infraestrutura tem o potencial de beneficiar países vizinhos como Argentina, Paraguai, Brasil e outros", acrescentou van Klaveren.
A nova rota — prevista para começar a operar em 2027 — poderá oferecer caminhos digitais mais seguros, rápidos e diversificados, reduzindo a dependência de conexões via América do Norte ou Europa e fortalecendo a infraestrutura digital sul-americana, segundo o ministro chileno.
Para o Brasil, que busca ampliar sua presença no mercado global de dados e tecnologia, a iniciativa representa uma oportunidade estratégica. Com a crescente demanda por serviços digitais, inteligência artificial (IA) e armazenamento em nuvem, o acesso a rotas internacionais mais eficientes pode impulsionar setores como telecomunicações, finanças e educação.
O projeto passou por diversas etapas técnicas desde 2019, incluindo estudos de viabilidade, acordos com o Google e a exploração do fundo do mar para definir a rota ideal. A instalação do cabo está prevista para ocorrer entre 2025 e 2026, com investimentos divididos igualmente entre os parceiros da joint venture.
Especialistas apontam que a participação brasileira em projetos de infraestrutura digital regional é essencial para garantir competitividade e soberania tecnológica. A expectativa é de que o Brasil possa se integrar a essa nova rede por meio de conexões secundárias ou futuras expansões, consolidando sua posição como líder digital na América Latina.
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