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5/6, Dia do Meio Ambiente: escolas incorporam mudanças climáticas e ESG no currículo

Frente à emergência climática, instituições de ensino inovam para formar cidadãos mais conscientes e engajados por um futuro sustentável

Assessoria de Imprensa da International Schools Partnership 04/06/2025
5/6, Dia do Meio Ambiente: escolas incorporam mudanças climáticas e ESG no currículo

São Paulo, 04 de junho de 2025 - O ano de 2024 foi o mais quente da história, 1,6 graus acima da média do planeta antes do início da industrialização, segundo a agência de monitoramento climático da Europa, Copernicus. A emergência climática é uma realidade que afeta a todos, principalmente as gerações mais novas, que com maior expectativa de vida, vão presenciar muitos anos de um meio ambiente mais quente e com mais catástrofes ambientais.

Por isso, para as gerações em idade escolar, Z (nascidos entre os anos 1990 e 2010) e Alfa (nascidos a partir de 2010), a discussão sobre ESG (sigla em inglês para Environmental, Social and Governance - governança ambiental, social e corporativa) no ambiente escolar se torna essencial, estimulando a consciência socioambiental e promovendo uma formação cidadã ativa.



A Educação Ambiental é relativamente nova, com seu conceito tendo surgido em 1965, e a sociedade despertando para o tema apenas nas décadas de 1970 e 1980. E a partir de 2025, as instituições de ensino brasileiras são obrigadas pela Lei nº 14.926, de 17 de abril de 2024, a incluir em seus currículos os temas das mudanças do clima e da proteção da biodiversidade, garantindo que os projetos pedagógicos, na educação básica e no ensino superior, contem com atividades relacionadas aos riscos e emergências socioambientais e a outros aspectos relacionados à questão ambiental e climática.



Para despertar a atenção das crianças e jovens sobre o tema, educadores buscam práticas inovadoras nesse sentido, integrando a sustentabilidade ao dia a dia dos alunos por meio de projetos e metodologias interdisciplinares.



Disciplina obrigatória: história e ciência das mudanças climáticas



Na Escola Bilíngue Aubrick, localizada em São Paulo, capital, a sustentabilidade é um dos valores centrais da proposta pedagógica e está presente em todas as etapas da educação. As crianças pequenas, por exemplo, são envolvidas em campanhas de coleta seletiva e compostagem, e o aprendizado sobre questões ambientais segue até o ensino médio, quando os alunos estudam no currículo obrigatório a disciplina de “História e ciência das mudanças climáticas”.



Entre as iniciativas práticas realizadas na escola, se destacam ainda ações comunitárias, onde famílias e alunos são convidados a tornarem-se voluntários para coletar resíduos, lixo e entulho de locais públicos, como a margem de represas; além de estudos do meio, em que os estudantes visitam locais de relevância ambiental para um aprendizado experiencial. "A imersão nessas experiências proporciona uma compreensão profunda sobre os impactos ambientais e a importância da conservação", afirma a coordenadora pedagógica, Eloisa Monteiro.



A escola também tem parcerias com instituições como a cooperativa Yougreen, que promove a coleta de materiais recicláveis na escola e sua correta destinação; e a ONG Tramah Sustentabilidade, que realiza campanhas de reaproveitamento de livros e cadernos ao final dos anos letivos. "Essas iniciativas minimizam o impacto ambiental das atividades da escola, traduzindo-se em números de árvores poupadas e litros de água economizados pela comunidade estudantil", completa a coordenadora.



Metodologias ativas e aprendizado baseado em projetos científicos



O Brazilian International School – BIS, da capital paulista, tem um compromisso firme com a sustentabilidade e as mudanças climáticas, incluindo os temas no currículo e na rotina escolar. Disciplinas como Global Perspectives, Biologia, Ciências, Geografia e Química promovem atividades que incentivam a conscientização ambiental dos alunos, tornando a aprendizagem mais significativa.



Os docentes recebem formações sobre educação ambiental para integrar o tema às suas disciplinas, enquanto os alunos são estimulados a criar soluções sustentáveis para desafios reais, fortalecendo o senso de responsabilidade socioambiental. O conhecimento adquirido é reunido e amplificado em uma mostra cultural com temática sobre ESG, um evento interativo que envolve exposições, painéis informativos e atividades práticas. “A participação ativa dos alunos e professores é incentivada por meio de metodologias ativas, como aprendizado baseado em projetos e experimentação científica", destaca o coordenador pedagógico Henrique Dias.



A escola também possui outras iniciativas, como uma horta escolar sustentável, onde os alunos aprendem conceitos de agricultura orgânica e compostagem, e a coleta seletiva e reciclagem, que incentiva o correto descarte dos resíduos. "Nosso objetivo é desenvolver o protagonismo dos alunos na construção de soluções sustentáveis", acrescenta Dias.



Arte como ferramenta de conscientização



A Escola Internacional de Alphaville, em Barueri, utiliza a linguagem teatral para discutir sustentabilidade e mudanças climáticas. A escola realiza o projeto "Acting for Climate Change". Promovido pelo Creativity Thinking Institute e pela UNESCO, com parceria da Fundação SOS Mata Atlântica e do International Drama Education Association (IDEA), a iniciativa já foi premiada com o “iSP Changemakers” e com o "International Creativity in Education for Climate Change".



A proposta é utilizar de forma criativa o tema da sustentabilidade e das mudanças climáticas. Trata-se de um projeto interdisciplinar envolvendo as disciplinas de Teatro, Geografia e Global Studies, reunindo cerca de 60 estudantes do nono ano do Ensino Fundamental.



O espetáculo "Acting for Climate Change" será protagonizado pelos próprios estudantes e encenado no teatro da escola durante a Semana do Meio Ambiente, com apresentações abertas ao público. A turma passa boa parte do primeiro semestre no ano dedicando-se ao processo criativo, desde o desenvolvimento da dramaturgia original da peça, leituras do texto, até o cenário.



"O teatro tem o poder de sensibilizar e provocar reflexões profundas sobre questões ambientais. Desta forma, queremos preparar uma nova geração de estudantes mais conscientes e engajados com as questões sociais e ambientais, incluindo a educação ambiental e a formação cidadã como parte da aprendizagem", completa a professora de teatro e dramaturga, Dra. Elaine Lavezzo.