Alagoas

Ufal premia 72 dissertações e teses consideradas as melhores da Universidade nos últimos dois anos

Reconhecimento à excelência da pós-graduação destacou pesquisadoras e pesquisadores, a maioria mulheres: 52,2% entre as vencedoras no mestrado e 61,5%, no doutorado

Lenilda Luna - jornalista 03/06/2025
Ufal premia 72 dissertações e teses consideradas as melhores da Universidade nos últimos dois anos
Maria Isabel Fernandes Calheiros sendo premiada ao lado da orientadora Nelma Camelo de Araújo. - Foto: Assessoria

A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) realizou, na manhã desta segunda-feira (2), a solenidade de entrega da segunda edição do Prêmio de Melhores Dissertações e Teses. A premiação contemplou 72 trabalhos científicos de mestrado e doutorado defendidos entre os anos de 2023 e 2024. A iniciativa busca valorizar a produção acadêmica, com impacto social, científico e tecnológico, realizada nos programas de pós-graduação da instituição.

A cerimônia, conduzida no auditório da Reitoria, contou com a presença do reitor da Ufal, professor Josealdo Tonholo, que presidiu a mesa de honra. Também participaram a pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação, Iraildes Assunção; o coordenador de Pós-graduação, Walter Matias; o diretor-presidente da Fapeal, Fábio Guedes; a professora Amanda Peiter, representante do Fórum dos Coordenadores de Pós-graduação; e o discente Lucas Santos de Assis, representante da Comissão Pró-Associação de Pós-graduandos da Ufal.

Os autores das melhores teses receberam R$ 2,8 mil, enquanto os das melhores dissertações foram premiados com R$ 1,8 mil. A seleção foi feita a partir de edital lançado pela Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (Propep), que priorizou ações afirmativas, como cotas para mulheres e para candidatos negros. O processo de escolha envolveu uma triagem inicial nos próprios programas e posterior avaliação pela equipe da Propep, considerando critérios como inovação, impacto social e divulgação em periódicos de relevância.

Mulheres em destaque


Um dos avanços celebrados nesta segunda edição foi o crescimento da participação feminina entre os premiados.

“As mulheres representaram 52,2% entre as vencedoras no mestrado e 61,5% no doutorado. Isso reafirma o papel das mulheres pesquisadoras na Universidade Federal de Alagoas”, destacou a pró-reitora Iraildes Assunção.

Os trabalhos premiados demonstram a diversidade e o alcance da produção acadêmica da Ufal. A pesquisadora Eloiza Tanabe, doutora e mestre em Ciências da Saúde, celebrou a conquista acompanhada do marido e da filha de apenas quatro meses.

“Defendi minha tese sobre a resposta imunológica à covid-19, em 2023. Um ano depois, engravidei e fui aprovada em concurso da Ufal. Hoje, recebo este prêmio amamentando minha filha. É um momento muito especial”, contou.

Camila Fialho, mestre pelo Programa de Mestrado Profissional em Administração Pública (Profiap), destacou a relevância da comunicação científica em sua dissertação.

“A universidade pública é a principal produtora de pesquisa do país. Precisamos de uma comunicação estratégica que leve esse conhecimento para fora dos muros acadêmicos. A minha pesquisa propõe um fluxo institucional para tornar essa divulgação mais efetiva”, explicou Camila, que também é servidora da Ascom da Ufal.

Maria Isabel Fernandes Calheiros, do Programa de pós-graduação em Ciência da Informação, foi premiada ao lado da orientadora Nelma Camelo de Araújo com a dissertação “Análise das informações no módulo prontuários do AGHU x na Unidade de Atenção à Saúde da Criança e Adolescente do HUPPA".

“Foi um momento muito gratificante. Não é fácil fazer pesquisa. Requer muito esforço e empenho. Ser agraciada com esse prêmio é um reconhecimento. O sentimento é de gratidão ao PPGCI, minha orientadora Profa Nelma Camelo e à professora Rosaline Mota, que me incentivou e motivou a tentar o mestrado. Agradeço ainda a todos que fazem o Hospital Universitário, onde atuou como bibliotecária e onde desenvolvi minha pesquisa”, disse Maria Isabel.

Na área de exatas, o professor Alcindo Galvão orientou a dissertação de Maria Luiza, no Programa de Pós-graduação em Matemática do Campus Arapiraca. O estudo propôs uma abordagem didática para explorar uma equação, promovendo a compreensão dos números transcendentes e algébricos no ensino básico.

“Foi gratificante ver uma pesquisa com potencial de transformar o ensino de matemática tanto em Alagoas quanto em Pernambuco, onde a aluna atua”, relatou o orientador.

Avanço em Alagoas


Fábio Guedes, diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), enfatizou o avanço da pesquisa no estado.

“Há dez anos, tínhamos pouco mais de mil doutores em Alagoas. Hoje são 7.444. Isso mostra o impacto direto da pós-graduação da Ufal na formação de recursos humanos e no desenvolvimento científico regional,” destacou.

Já o professor Walter Matias celebrou o sucesso da iniciativa. “Este prêmio foi idealizado para destacar a qualidade da nossa produção acadêmica. Agora, nosso próximo desafio é ampliar a publicação e a divulgação desses trabalhos”, destacou Matias.

O reitor Josealdo Tonholo também ressaltou os avanços recentes da instituição. “Estamos em um momento especial. Aprovamos recentemente 25 novos docentes com bolsas de produtividade, o que reforça ainda mais nossa pós-graduação. Mesmo diante das adversidades orçamentárias, a Ufal continua gerando conhecimento, inovação e impacto social”, afirmou.

A solenidade foi marcada por discursos emocionados, reconhecimento mútuo entre orientadores e orientandos e, sobretudo, pela valorização da pesquisa como ferramenta transformadora para a sociedade alagoana.

“O próximo edital deve ser lançado entre outubro e novembro deste ano, para que a terceira premiação ocorra no início de 2026, utilizando recursos de 2025”, finalizou a pró-reitora Iraildes.