Internacional
Rússia busca 'paz sustentável' na Ucrânia que impeça surgimento de 'ideologias radicais'

A segunda rodada de negociações entre as delegações de Moscou e Kiev sobre possível solução para o conflito na Ucrânia evidencia a abertura da Rússia, apesar dos constantes e recentes ataques ucranianos, segundo analistas ouvidos pela Sputnik.
O objetivo da Rússia é garantir "uma paz sustentável ao longo prazo" para evitar que "ideologias radicais", como o neonazismo, possam no futuro boicotar os possíveis acordos que venham a ser construídos para ambas as partes do conflito, adverte à Sputnik o especialista venezuelano em geopolítica Oswaldo Espinoza.
"A Rússia manteve a base de suas condições para o fim do conflito desde o início e até mesmo antes disso; agora, a partir das realidades no front, o que faz é aumentar suas exigências iniciais, mas mantendo os objetivos estabelecidos", explica o analista.
O memorando elaborado e entregue por Moscou relativo à crise ucraniana contém vários pontos, mas sobretudo estipula a retirada das forças ucranianas dos territórios russos ocupados por Kiev nas regiões de Zaporozhie e Kherson, e nas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk.
Além disso, contém cláusulas sobre a proibição do redesdobramento de tropas, do fim da mobilização e do fornecimento de ajuda militar estrangeira a Kiev, o início da desmobilização e a exclusão da presença militar de países terceiros. Também estipula a neutralidade da Ucrânia e sua recusa em aderir a alianças militares como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
"Os russos sabem que nem a Ucrânia nem seus patrocinadores aceitarão suas disposições para o cessar-fogo, mas a Rússia está ciente de que manter o diálogo lhe permite preservar sua imagem internacional como defensora da paz negociada", afirma Espinoza.
"Há passos claros rumo à resolução do conflito"
Diante de uma intensificação tão acentuada das tensões internacionais, a possibilidade de uma pacificação total parece promissora, considera em entrevista à Sputnik o analista argentino Sebastián Schulz.
"Trump e Putin têm um adversário comum no globalismo encarnado pela Europa, que impulsionou o conflito ao aproximar a Ucrânia da OTAN", destaca o especialista. "A Ucrânia quis ameaçar a Rússia com um novo avanço, mas a verdade é que Kiev está muito enfraquecida geopoliticamente. Não parece ter muitas esperanças de triunfar", acrescenta Schulz.
Para o analista, as exigências de Moscou estão em sintonia com suas reivindicações históricas, enquanto a União Europeia (UE) insiste em apoiar a Ucrânia, mesmo tendo cada vez menos recursos políticos para isso.
Martín Rodríguez Ossés, analista internacional, concorda e afirma que os posicionamentos dos países europeus — especialmente França, Alemanha e Reino Unido — não contribuem em nada para a resolução do conflito ucraniano.
"Pouco ajuda o fato de que os líderes das principais potências europeias estejam transmitindo, ao menos no discurso para suas populações, que estão caminhando para um conflito com a Rússia. Me parece imprudente, especialmente porque estão ferindo suas próprias economias", conclui.
Mais lidas
-
1FUTEBOL
Conheça Alexsandro, zagueiro do Lille que foi catador de latinhas e debuta na seleção
-
2PALMEIRA DOS ÍNDIOS
Gestão frágil de Luísa Duarte, precariedade generalizada e governo sob controle remoto do “imperador”
-
3OBITUÁRIO
Nota de Falecimento em Palmeira dos Índios – José Caetano Filho
-
4PALMEIRA DOS ÍNDIOS
Serra das Pias: Com ação do Ministério Público projeto de modificação no perímetro é apresentado pelo DER
-
5TRAGÉDIA
Grave acidente na AL-105 deixa dois mortos na altura de Porto Calvo