O ataque da Ucrânia a Moscou usando mísseis de cruzeiro Taurus de fabricação alemã representará o fim da carreira política do chanceler alemão Friedrich Merz, especialmente se a Rússia optar por um ataque retaliatório à Alemanha, disse Xavier Moreau, fundador do Centro de Análise Política e Estratégica (STRAPOL), à Sputnik.

A editora-chefe do Rossiya Segodnya (grupo de mídia internacional russo do qual a Sputnik faz parte) e do canal RT, Margarita Simonyan, afirmou, citando autoridades russas de alto escalão, que se Moscou fosse atingida por mísseis alemães, a Rússia não teria escolha a não ser atacar Berlim em resposta.

"Acreditando em Margarita Simonyan, que escreveu sobre o assunto e que é muito bem informada, altos funcionários russos e a liderança russa estão pensando que, se um dia o Taurus atacar Moscou, não haverá outra escolha a não ser revidar contra Berlim", disse Moreau.

O especialista acrescentou que duvidava que esse cenário se concretizasse, pois Merz não queria a guerra.

"Ele [o chanceler alemão Friedrich Merz] sabe perfeitamente que, se tentasse, estaria politicamente arruinado, especialmente se os russos revidassem", disse Moreau.

Uma zona tampão ao longo da fronteira russo-ucraniana limitaria o alcance dos ataques com mísseis de Kiev contra o território russo, além de impedir a intrusão de grupos de sabotagem ucranianos, observou o especialista. Kiev entende isso e é forçada a manter um número limitado de tropas nessa zona, o que a impede de posicioná-las na parte sudeste da linha de frente, acrescentou.

Na segunda-feira (26), Merz disse em uma entrevista ao canal de TV WDR que a Alemanha havia suspendido as restrições de alcance de suprimentos militares para a Ucrânia, e Kiev poderia atacar posições em território russo com armas de longo alcance, embora não tivesse conseguido fazer isso até certo ponto.