Alagoas

Sesau promove capacitação para uso de tecnologia assistiva em pacientes com hanseníase

Ruana Padilha / Ascom Sesau 20/05/2025
Sesau promove capacitação para uso de tecnologia assistiva em pacientes com hanseníase
Capacitação promovida pela Sesau ocorreu nesta terça, no II Centro de Saúde - Foto: Olival Santos

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), realizou, nessa segunda (19) e terça-feira (20), a Capacitação para Uso de Tecnologia Assistiva na Hanseníase, utilizando materiais e dispositivos disponibilizados pela ação TECHansen, do Instituto Aliança contra Hanseníase. O evento ocorreu no II Centro de Saúde, no bairro Poço, em Maceió.

 

O treinamento visa ampliar o conhecimento de profissionais de saúde do Estado para o tratamento de prevenção de incapacidades físicas e de reabilitação de pessoas acometidas pela hanseníase. O TECHansen prevê a doação de materiais e dispositivos de tecnologia assistiva para melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiências físicas causadas pela doença. Em Alagoas, o curso contemplou profissionais dos municípios de Arapiraca, Atalaia, Coruripe, União dos Palmares, Palmeira dos Índios, Maceió, Teotônio Vilela, Maragogi, Santana do Ipanema, Delmiro Gouveia e Penedo.

 

A enfermeira do Programa Estadual de Combate à Hanseníase, Ana Patrícia Barros, explicou que a capacitação busca preparar os profissionais que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para a identificação e tratamento dos pacientes com hanseníase que necessitam de adaptação de órteses para auxiliar atividades do dia a dia.

 

“Durante o treinamento, os profissionais dos 11 municípios selecionados passaram por atividades teóricas e práticas, voltadas aos pacientes com avaliação neurológica simplificada, onde foi identificado grau de incapacidade I e II. Deste modo, visamos orientar os profissionais para solicitação desses materiais que irão auxiliar a vida desses pacientes”, enfatizou a assessora técnica.

 

O curso foi realizado sob a coordenação do médico dermatologista e consultor do Ministério da Saúde (MS), da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), Maurício Nobre. Ele destacou a importância do diagnóstico precoce para prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida dos afetados com a doença. 

 

“O curso veio para explicar e ensinar os profissionais de saúde como usar adaptações que facilitam e devolvem a habilidade da pessoa realizar atividades simples do dia a dia. Elas são chamadas de órteses, porque são instrumentos que irão ajudar, por exemplo, as pessoas que não conseguem segurar uma escova de dente ou talheres, devido à mão já estar afetada com sequelas da hanseníase. Com este material, irão utilizar um equipamento que engrossa o cabo. Lembrando que é diferente de uma prótese, na qual a pessoa perdeu, por exemplo, a mão e, neste caso, a prótese substitui esse membro. No caso da órtese, ela facilita a função de um membro que existe”, destacou.

 

A doença

 

A hanseníase é uma doença infecciosa que acomete nervos e pele e cuja transmissão ocorre pelas vias aéreas superiores, no caso das pessoas que convivem com pacientes na forma avançada da doença e que não estão em tratamento. Em Alagoas, de janeiro até dezembro de 2024, foram contabilizados 319 casos de hanseníase. No ano anterior, no mesmo período, foram registrados 380 casos da doença.

 

Entre as principais características da hanseníase estão o aparecimento de manchas brancas e avermelhadas na pele e o comprometimento dos nervos periféricos. A pessoa acometida pela doença também pode sentir sensação de formigamento nas mãos e pés, diminuição ou perda da sensibilidade e nódulos no corpo, alguns deles, dolorosos.