Um capítulo ainda mais grave dessa crise da Unimed Metropolitana atinge diretamente os servidores públicos do município de Palmeira dos Índios. Eles estão sofrendo descontos diretos em seus contracheques referentes ao plano da Unimed, sem que tenham acesso a um serviço adequado ou sequer à rede prometida no contrato.

Para piorar, o plano — que antes era local — foi transferido para Arapiraca, em uma manobra considerada por especialistas como uma verdadeira burla à legislação, feita sem consulta prévia aos servidores e sem aprovação.

Com o atendimento praticamente inexistente em Palmeira dos Índios, apenas um escritório com serviços menores de atendimento, esses servidores são forçados a buscar assistência em outros municípios ou pagar novamente por serviços que já deveriam estar cobertos pelo plano. É uma dupla penalização: o desconto obrigatório no salário e a total falta de cobertura funcional.

"A gente tenta ligar, mas as chamadas caem antes mesmo de sermos atendidos ou quando explicamos a reclamação. O servidor é descontado todo mês, mas, na hora que mais precisa, encontra portas fechadas", afirma uma servidora municipal que preferiu não se identificar por medo de retaliação.

Na mudança feita à revelia dos usuários, a prefeitura, à época comandada pelo ex-prefeito Julio Cezar, também não se manifestou à respeito da transferência de responsabilidade do prestador de serviços.

Ministério Público deve ser acionado

O silêncio da Unimed e os relatos de abusos sistemáticos já ultrapassaram os limites da negligência. Trata-se, agora, de um possível caso de violação de direitos do consumidor, com impactos diretos na saúde física e emocional dos usuários.

A Tribuna do Sertão seguirá acompanhando o caso. O jornal foi informado que as denúncias serão levadas ao Ministério Público de Alagoas, cobrando providências e transparência sobre os contratos e as condições atuais do serviço prestado. O espaço está aberto tanto para a UNIMED como para a prefeitura se manifestarem.