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Ex-namorado confessa que matou Roberta Dias e nega participação da mãe e do amigo

Saullo de Thasso Araújo dos Santos, ex-namorado de Roberta Costa Dias e pai do bebê da jovem, confessou ter assassinado ela durante depoimento no júri popular, que acontece desde quarta-feira, 23, no Fórum de Penedo.
Em um depoimento de cerca de duas horas, Saullo que tinha 17 anos à época do crime - hoje está com 30 – revelou que premeditou o crime sozinho. Segundo ele, Karlo Bruno Pereira Tavares, também réu no processo e apontado como executor do assassinato, não tinha conhecimento do ato e só soube da ação quando os dois foram buscar a vítima.
Saullo também isentou a mãe, Mary Jane, apontada como autora intelectual do homicídio, de qualquer envolvimento. Por ser menor de idade à época dos fatos, Saullo não foi denunciado criminalmente, tendo sido responsabilizado por meio de representação na Vara da Infância e da Juventude. A confissão ainda será analisada pelo Ministério Público, para verificar se faz parte de estratégia da defesa da mãe do réu com o objetivo de isentá-la de responsabilidade.
O julgamento do assassinato da jovem Roberta Costa Dias continua nesta quinta-feira, com o depoimento das testemunhas de defesa e o interrogatório dos dois réus acusados do crime. Mary Jane Araújo Santos e Karlo Bruno Pereira Tavares, conhecido como “Bruninho”, respondem pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, aborto provocado por terceiro, ocultação de cadáver e corrupção de menores.
No primeiro dia do júri, foram ouvidas as oito testemunhas de acusação. Nesta quinta, estão sendo ouvidas as testemunhas de defesa e, na sequência, o interrogatório dos réus. Os debates ocorrerão nesta sexta. Acusação e defesa terão, cada um, duas horas e meia e fala, com a possibilidade de irem à réplica e tréplica.
Representando o Ministério Público do Estado de Alagoas na acusação, estará o promotor de Justiça, Sitael Jones Lemos, da 4ª Promotoria de Justiça de Penedo, o mesmo responsável pela denúncia apresentada em 2018.
Os dois réus respondem por homicídio triplamente qualificado, com as seguintes agravantes: motivo torpe — por não aceitarem a gravidez da vítima e planejarem sua morte; meio cruel — por asfixia; e impossibilidade de defesa por parte da vítima. Também foram denunciados por aborto provocado por terceiro, tipificação aplicada quando a interrupção da gestação é causada por alguém que não a gestante.
Além disso, os réus enfrentam acusações por ocultação de cadáver e corrupção de menores, uma vez que envolveram o adolescente Saullo na execução do crime.
Roberta Costa Dias desapareceu em abril de 2012, quando tinha 18 anos e estava grávida de três meses. Ela foi assassinada por se recusar a fazer um aborto. A denúncia aponta que Mary Jane, mãe do namorado da vítima, articulou o crime, que teria sido executado com a participação de Karlo Bruno e de um adolescente, então companheiro de Roberta.
A jovem foi atraída até uma rua próxima a um posto de saúde e morta por estrangulamento com um fio automotivo. O corpo foi ocultado e a ossada só foi encontrada nove anos depois, na Praia do Pontal do Peba, em Piaçabuçu.
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