Cidades
“Assustador e inaceitável”: Deputado denuncia destruição provocada pela Vale Verde em Craíbas e alerta para risco de nova tragédia como a da Braskem

Durante sessão ordinária da Assembleia Legislativa de Alagoas, nesta quarta-feira (23), o deputado estadual Ronaldo Medeiros (PT) fez um duro pronunciamento sobre os graves impactos causados pela atuação da mineradora Vale Verde no município de Craíbas. Após visitar a região, o parlamentar classificou como "assustador" o cenário enfrentado pela população local, comparando-o ao colapso geológico que devastou bairros em Maceió por causa da Braskem.
“O que está acontecendo naquela região é assustador”, declarou Medeiros, ao relatar rachaduras em residências, explosões com barulho ensurdecedor, poeira em excesso e degradação ambiental severa. Segundo o deputado, o barulho constante já afeta diretamente a saúde dos moradores, além de comprometer o cultivo agrícola. “As terras estão se tornando improdutivas, e o povo está adoecendo”, alertou.
Diante da gravidade da situação, Ronaldo Medeiros propôs a criação de uma comissão parlamentar de acompanhamento para visitar Craíbas, ouvir a população e dialogar com os envolvidos. Ele também sugeriu a realização de uma sessão especial para aprofundar o debate. “Não podemos nos calar diante de tamanha calamidade. Esta Casa tem o dever de agir antes que Craíbas sofra a mesma tragédia vivida em Maceió”, enfatizou, criticando a omissão da Mineradora Vale Verde, que nega qualquer responsabilidade sobre os danos.
O discurso foi amplamente repercutido entre os parlamentares. Antonio Albuquerque (Republicanos) reforçou a necessidade de investigar quem concedeu a licença ambiental à mineradora, destacando que as explosões já são sentidas em outros municípios, como Arapiraca, Igaci e Limoeiro de Anadia. “É preciso cautela para não punir a Prefeitura de Craíbas, que parece ter pouca responsabilidade no processo”, ponderou.
Já o deputado Inácio Loiola (MDB) responsabilizou o Governo Federal pela autorização da instalação da mineradora e alertou para a falta de informações à população sobre os reais impactos da exploração de cobre. “Vale lembrar que uma empresa chinesa adquiriu recentemente a Vale Verde”, disse.
Cabo Bebeto (PL), por sua vez, recordou que o IMA (Instituto do Meio Ambiente) admitiu, em audiência pública sobre o caso Braskem, que não tem estrutura técnica para fiscalizar atividades mineradoras. “Se não há tecnologia ou sequer terceirização para isso, é gravíssimo. Craíbas não pode ser o novo epicentro de uma tragédia ambiental”, afirmou.
O deputado Francisco Tenório (PMN) reforçou os alertas e comparou a atual situação com o histórico de negligência que precedeu o desastre da Braskem. “Desde que essa mineradora se instalou, moradores relatam rachaduras, poeira e falta de benefícios reais para o povo. É o mesmo roteiro de Maceió”, afirmou.
Por fim, o Delegado Leonam (União Brasil), presidente da Comissão de Meio Ambiente, classificou a situação como mais um retrato da impunidade ambiental em Alagoas. “Não podemos deixar que o que aconteceu com a Braskem vire um padrão. Já há denúncias também em Marechal Deodoro. É preciso agir com firmeza e urgência”, concluiu.
A tribuna da ALE reforça, com este debate, a urgência de medidas efetivas para impedir que a exploração mineral continue a causar sofrimento às comunidades interioranas de Alagoas, especialmente diante da omissão dos entes licenciadores e da negação sistemática das empresas envolvidas.
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