Política

Deputada Silvia Waiãpi reage a projeto que proíbe exploração de petróleo na Amazônia: “Não aceitaremos condenação à miséria”

21/04/2025
Deputada Silvia Waiãpi reage a projeto que proíbe exploração de petróleo na Amazônia: “Não aceitaremos condenação à miséria”

A deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP) reagiu com veemência ao Projeto de Lei 1725/25, apresentado pelo deputado Ivan Valente (PSOL-SP), que propõe a proibição da oferta de novos blocos para exploração de petróleo e gás natural na Amazônia. A proposta também obriga as empresas com concessões já vigentes na região a executarem projetos de recuperação ambiental.



Para Waiãpi, o projeto representa uma tentativa de impor visões externas à realidade amazônica e ignora as necessidades das populações locais, como ribeirinhos e indígenas. “Na Amazônia tem pessoas. E essas pessoas têm o direito de ser ouvidas, para defender seus interesses”, afirmou.



A parlamentar, que representa o Amapá, não poupou críticas à iniciativa, que classificou como uma ameaça direta ao desenvolvimento da região. “Não aceito que pessoas do Sul e Sudeste queiram ditar a vida na Amazônia. Estão defendendo interesses e discursos internacionais que, ao impedir o progresso e o enriquecimento da região, querem, na verdade, condenar ribeirinhos e indígenas à pobreza extrema, com um discurso alegórico de proteção do bioma”, disparou.



Durante pronunciamento, Silvia Waiãpi também fez uma comparação provocativa: “Com todo o respeito ao povo paulista, queria fazer uma pergunta: se eu, deputada do Amapá, propusesse que tudo aquilo que São Paulo arrecada fosse transferido para os cofres do meu estado, vocês aceitariam? Pois é, não aceitariam. Mas é isso que estão fazendo conosco: querem impedir que exploremos nossas riquezas e condenar o Norte à estagnação”.



A deputada reafirmou que irá combater a proposta em todas as instâncias. “Onde quer que esse projeto esteja, nós vamos atrás e vamos reprovar. O senhor, deputado Ivan Valente, não condenará o cidadão do Amapá e da Amazônia brasileira à miséria. Porque é isso que significa essa interferência: manter o meu povo sem qualquer possibilidade de se beneficiar das riquezas do meu País”, concluiu.



A matéria, que altera a Política Energética Nacional (Lei 9.478/97), ainda está em análise pela Câmara dos Deputados e promete acirrar o debate entre ambientalistas e defensores do desenvolvimento econômico da Amazônia.