A segunda rodada de negociações indiretas sobre o acordo nuclear entre Irã e EUA em Roma, na Itália, neste sábado (19) foi realizada em uma atmosfera "construtiva", disse o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi.

A mediação do encontro entre o enviado especial do presidente Donald Trump, Steve Witkoff, e o ministro de Exteriores iraniano, Abbas Araghchi ficou a cargo de Omã. A terceira rodada de negociações foi marcada para 26 de abril.

"As negociações ocorreram em uma atmosfera construtiva e continuarão", disse Araghchi.

A delegação dos EUA não levantou questões que vão além da questão do programa nuclear iraniano, disse ele.

As negociações aconteceram de maneira "indireta" na residência do embaixador de Omã, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmail Baghai, na rede social X:

"As duas partes concordaram em continuar as negociações indiretas próximos dias a nível técnico e, depois, prosseguir com a negociação no próximo sábado".

Araghchi disse que o Irã espera avaliar melhor a oportunidade de chegar a um acordo com os EUA durante a terceira rodada de negociações.

"Não há motivo para muito otimismo, e também não há motivo para muito pessimismo", disse Araghchi, citado pela agência de notícias Mehr.

O presidente dos EUA, Donald Trump, expressou repetidamente preocupações com o programa nuclear do Irã , afirmando que Teerã está perto de desenvolver armas nucleares, mas os EUA não pretendem permitir que isso aconteça. No entanto, o Irã negou qualquer plano de desenvolver armas nucleares.

A primeira rodada foi realizada em 12 de abril, em Mascate, onde, segundo a mídia, as partes realizaram pela primeira vez em oito anos um diálogo direto de 45 minutos. O lado norte-americano considerou a conversa substancial e séria, e propôs que a segunda rodada ocorresse em Roma.

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, que visitou Teerã, afirmou que as negociações estão em uma fase importante e expressou esperança em um resultado positivo. O dirigente confirmou a disposição da agência em desempenhar um papel-chave na verificação dos termos de um eventual acordo e destacou que permanece em contato constante com o lado norte-americano.

Araqchi alertou os Estados Unidos, na sexta-feira, contra "demandas irracionais e não realistas", depois que Witkoff pediu no início da semana o desmantelamento total do programa.

Trump, anteriormente, havia cogitado a possibilidade de uso da força em caso de fracasso diplomático, mas em uma recente declaração na Casa Branca expressou confiança em uma solução pacífica.