Economia
Haddad diz que reacionarismo compromete equilíbrio econômico e destaca proposta do IR

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse no período da tarde desta terça-feira, 8, que, nas últimas semanas, o mundo tem vivido uma situação "muito inusitada", com o crescimento da apreensão nos Estados Unidos, Europa e América do Sul por conta da ascensão de políticos da extrema-direita. Segundo Haddad, a progressão de "forças reacionárias" compromete a busca pelo equilíbrio social, econômico e geopolítico.
As declarações foram feitas durante a participação do ministro em uma das mesas de debate do evento Dilemas da humanidade: perspectivas para a transformação social", que aconteceu no Sesc Pompeia, em São Paulo.
Apesar desse panorama, Haddad considera que o Brasil tem conseguido sinalizar propostas que mobilizam "corações e mentes" na busca por um mundo melhor. O ministro listou que o País conseguiu colocar a questão do combate à fome "no centro do debate" do G20.
Haddad também lembrou da proposição do Brasil de instituir uma taxação universal aos super-ricos do mundo para a constituição de fundo de US$ 300 bilhões voltado para combater a fome e a emergência climática.
"Esse valor indicaria um caminho para a humanidade perseguir objetivos mais nobres do que os atuais. Indicaria um caminho de que nós precisamos ter uma governança global", pontuou Haddad, acrescentando que é preciso "superar" as instituições dos acordos de Bretton-Woods. "A arquitetura de Bretton Woods não está adequada aos desafios colocados hoje", frisou.
No âmbito doméstico, Haddad destacou a proposta do governo federal de isentar do Imposto de Renda pessoas que ganham até R$ 5 mil, o compromisso do presidente Lula de retirar o Brasil novamente do mapa da fome e políticas de incentivo à transição energética. "É o quinto governo do PT e só nesse quinto governo nós reunimos conhecimento e coragem suficientes para mandar para o Congresso Nacional uma lei óbvia", disse Haddad, em referência à isenção do IR.
Teoria e prática
Ao final de sua fala, o ministro destacou que é importante que intelectuais e políticos voltem a "estudar muito profundamente" as relações sociais. "Está faltando, antes de ambição prática, ambição teórica. Porque eu penso que só a ambição teórica vai nos dar coragem para ousar mais do ponto de vista programático e envolver mais as pessoas em projetos emancipatórios mais ambiciosos", afirmou.
Na avaliação de Haddad, a aliança entre "teoria e prática" deve voltar ao centro do debate da esquerda internacional. "Nós tínhamos uma bela tradição de gente que pensava e fazia simultaneamente, com os constrangimentos que a vida prática traz para todos nós", pontuou. "Estamos num momento em que para enfrentar o desafio da extrema direita, vamos ter que ir além do que rezaria o bom senso", finalizou o ministro.
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