O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, não vai comparecer a uma reunião de 50 países, no próximo dia 11 de abril, para coordenar apoio militar à Ucrânia, segundo autoridades europeias e uma fonte norte-americana.

Hegseth, que compareceu e liderou a última reunião da coalizão em fevereiro, não deve participar pessoal ou virtualmente do próximo encontro, e é improvável que o Pentágono envie representantes sêniores.

A informação foi divulgada pelo Defense News que afirma que os Estados Unidos ainda estão avaliando como suas autoridades participarão dos fóruns que apoiam a Ucrânia, incluindo aqueles que gerenciam assistência e treinamento de segurança. Para os europeus, a ausência do secretário é um sinal da abordagem de menor prioridade do governo Trump para armar a Ucrânia, algo que Hegseth deixou claro na última reunião.

Em um discurso em Bruxelas, Hegseth repreendeu autoridades europeias, pedindo que assumissem mais controle de sua própria defesa em vez de depender dos EUA. Ele também descartou a possibilidade de a Ucrânia ser membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) antes mesmo que o governo tomasse uma decisão sobre o assunto, e foi alvo de críticas do presidente do Comitê de Serviços Armados do Senado, Roger Wicker (republicano pelo Mississippi).

O antecessor de Hegseth, Lloyd Austin, fundou o grupo de contato de defesa da Ucrânia após o início da operação militar especial russa em 2022. Desde então, o grupo ajudou a levantar e coordenar mais de US$ 126 bilhões (cerca de R$ 718,8 bilhões) em ajuda de segurança para Kiev, metade dos quais veio dos EUA.

Sentindo que os EUA podem recuar de seu papel, autoridades europeias já estavam planejando formatos alternativos quando o grupo se reuniu pela última vez durante o governo Biden. Um dos arranjos discutidos foi que a Alemanha e o Reino Unido assumissem a liderança.

Embora o grupo da Ucrânia pudesse continuar se reunindo sem a liderança de Washington, haveria custos reais como acesso à inteligência norte-americana. Autoridades de defesa dos EUA normalmente lideram briefings sobre o estado do conflito e as necessidades do campo de batalha da Ucrânia.

O Pentágono ainda tem US$ 3,85 bilhões (cerca de R$ 21,9 bilhões) restantes em autoridade para enviar equipamentos militares à Ucrânia, mas nenhum dinheiro para substituí-los, e líderes no Congresso disseram que não têm planos de aprovar mais recursos.