O Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) de Rio Largo divulgou uma nota pública nesta terça-feira (1º), expressando indignação com a tentativa de destituição do prefeito Pedro Carlos da Silva Neto, ocorrida na manhã do dia 31 de março — justamente na data que marca os 61 anos do golpe militar de 1964, episódio que resultou em duas décadas de ditadura no Brasil.

No documento, o PT considera a ação de parte da Câmara Municipal como “um fato antidemocrático e antagônico ao processo legal”, apontando que a leitura da suposta carta de renúncia do prefeito, feita pelo presidente da Câmara, Rogério Silva, não condiz com a vontade popular manifestada nas urnas.

“Fomos pegos de surpresa pelo ocorrido. Chegava ao plenário um documento que trazia a renúncia do atual prefeito Pedro Carlos, eleito pelo voto direto e pela livre escolha da população riolarguense”, diz o trecho da nota.

O partido também faz uma analogia direta entre a tentativa de golpe em nível municipal e os tempos sombrios da ditadura, quando o Congresso Nacional foi fechado e direitos civis foram violados. A coincidência da data, segundo o partido, “não passou despercebida”.

“Coincidência ou não – justamente no dia do golpe de 1964 –, foi dada a tomada de poder pela força contra a democracia brasileira, quando João Goulart foi deposto. Não podemos tolerar repetição de práticas autoritárias”, afirma o texto.

O PT relembra ainda os escândalos de corrupção e instabilidade política anteriores em Rio Largo, como o afastamento e prisão de prefeitos, além da operação que investigou desvios de aproximadamente R$ 90 milhões da saúde e educação, conhecida como “beco da pecúnia”.

“Rio Largo não suporta mais tantas humilhações. Queremos viver um novo tempo, uma nova cidade – é o sentimento de todos nós”, finaliza a nota.

A legenda reforça que a tentativa de retirar o prefeito do cargo sem respaldo legal “não ajuda o processo democrático de direito” e conclama a sociedade a defender a legalidade e o respeito à vontade do povo.

A Tribuna do Sertão procurará a Câmara de Vereadores de Rio Largo e o presidente Rogério Silva para comentar as acusações contidas na nota. O espaço segue aberto para manifestação.

📄 Nota do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores de Rio Largo (corrigida)

Partido dos Trabalhadores – Diretório Municipal de Rio Largo

Rio Largo, 31 de março de 2025

Hoje, 31 de março de 2025, o país completa 61 anos do golpe civil-militar de 1964 que instituiu uma ditadura no Brasil e durou até 1985.

Coincidência ou não, justamente no dia do golpe de 1964 foi dada a tomada de poder pela força contra a democracia brasileira, quando João Goulart foi deposto, e o Congresso Nacional foi fechado.

Em Rio Largo, fomos pegos de surpresa com um fato antidemocrático e antagônico ao processo legal que rege os parlamentos.

Chegou ao plenário um documento que trazia a renúncia do atual prefeito Pedro Carlos, eleito pelo voto direto e pela livre escolha da população riolarguense.

O Partido dos Trabalhadores repudia veementemente o ocorrido. Rio Largo já passou por vários momentos de escândalos e instabilidades políticas.

O município já teve prefeito afastado e preso por compra de votos.

Rio Largo já teve vereador com mandato cassado por compra de votos.

Rio Largo já teve vice-prefeito preso por rachadinha.

Rio Largo já teve prefeito afastado por desvio de recursos da saúde e da educação (mais de R$ 90 milhões), na famigerada operação “beco da pecúnia”.

Rio Largo não suporta mais tantas humilhações.

Queremos viver um novo tempo. Uma nova cidade. É o sentimento de todos nós.

A tentativa de golpe ocorrida hoje não ajuda o processo democrático de direito.

Vamos manter nossa vigilância ativa para que atos como este não sejam normalizados.

Diretório Municipal do PT de Rio Largo

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