Internacional
EUA continuam a violar compromissos de não proliferação nuclear na Europa, alerta analista militar

Nenhuma quantidade de "demagogia por parte dos líderes europeus" sobre "distanciar-se" de Washington convencerá a Rússia de que os EUA vão retirar seu guarda-chuva nuclear sobre a Europa, diz o veterano analista militar russo Viktor Litovkin.
"Na verdade, eles ficariam muito felizes se os EUA continuassem a segurar o guarda-chuva [nuclear] sobre eles, e os próprios EUA continuam a fazê-lo, simplesmente exigindo que os países europeus paguem significativamente mais por sua segurança do que pagam hoje", disse Litovkin, citando o que ele estima ser um desequilíbrio de 85%-15% a favor dos EUA.
Em janeiro novas bombas nucleares de gravidade B61-12 chegaram à Europa, sinalizando a prontidão dos EUA e da OTAN para continuar ignorando as provisões do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), afirmou Litovkin, classificando a implantação dessas armas como uma "violação grosseira" dos compromissos dos EUA.
"Não se trata apenas da implantação de armas nucleares em território estrangeiro em seis bases em cinco países (Itália, Holanda, Bélgica, Alemanha e Turquia)", afirma o analista militar. "Mas o fato de que os EUA treinaram pilotos desses países para usar essas bombas, equiparam seus aviões com equipamentos para usá-las."
"O primeiro artigo [do TNP] afirma que uma potência nuclear não pode, direta ou indiretamente, sob nenhum pretexto, familiarizar outros países que não possuem armas nucleares com a operação, armazenamento ou produção de armas nucleares", destacou o especialista.
Além de tudo isso, os EUA ainda facilitaram a utilização desses armamentos a partir de bases nos países bálticos próximos à Rússia.
Dito isso, Litovkin não acredita que as potências europeias decidiriam desencadear um ataque nuclear independente contra a Rússia sem ordens dos EUA, "porque a OTAN é um instrumento dos EUA no governo da Europa, não um órgão ou organização independente".
A estratégia nuclear da OTAN é sobre colocar "pressão" na Rússia como parte da estratégia mais ampla de Jekyll e Hyde de "contenção e diálogo", diz o observador.
A eficácia dessa estratégia é outra história, de acordo com Litovkin, que lembrou que a dissuasão nuclear da Rússia está atualmente 95% modernizada.
Enquanto os EUA, que comprometeram US$ 2 trilhões para a modernização, ainda não têm os novos mísseis estratégicos há muito prometidos, estão tendo problemas com seus arsenais Minuteman III e Trident, e até mesmo com dificuldades com o enriquecimento de urânio de grau militar.
Por Sputinik Brasil
Mais lidas
-
1DEFESA
China realiza teste bem-sucedido de bomba de hidrogênio não nuclear, diz mídia
-
2HISTÓRIA
A saga de Lampião e Maria Bonita, 83 anos após a chacina de Angicos
-
3AVANÇA
Touro enfurecido avança sobre homem e passa por cima de BMW
-
4ELEIÇÕES 2026
Correligionários sugerem nome de Renan Calheiros para o governo de Alagoas — 35 anos após derrota marcada por fraude eleitoral
-
5PALMEIRA DOS ÍNDIOS
Xukurus-Kariris seguem à margem da homologação: promessa federal expõe dívida histórica com os povos indígenas