Política
Rompimento político expõe tentativa de intimidação de Gilberto Gonçalves ao sobrinho e prefeito de Rio Largo, Carlos Gonçalves; vídeo

Um episódio carregado de tensão e simbolismo político marcou a manhã desta sexta-feira (21) durante um evento em homenagem ao Mês da Mulher em Rio Largo. O encontro entre o prefeito Carlos Gonçalves e seu tio, o ex-prefeito e atual secretário de Governo, Gilberto Gonçalves, deixou claro que a ruptura entre os dois líderes políticos extrapolou os bastidores e agora ganha contornos públicos e constrangedores.
Gilberto Gonçalves chegou sem convite ao evento, tomando o palco para enaltecer os avanços de sua gestão à frente da prefeitura, mesmo não ocupando mais o cargo de chefe do Executivo. A presença inesperada soou como um gesto de imposição política e antecipou o que viria a seguir: uma tentativa de intimidação direta ao atual prefeito.
Lado a lado no evento, fora do alcance dos microfones, Gilberto teria dito em tom incisivo ao sobrinho: “Apareça, preciso falar com você”. Em resposta, Carlos rebateu de forma firme:
“Você é apenas um secretário.”
A tensão aumentou quando Gilberto, em tom de superioridade, “deu uma carteirada”, afirmando categoricamente:
“Quem colocou você aí fui eu.”
Carlos reage e reafirma sua autoridade como prefeito
Logo após o constrangimento, Carlos Gonçalves pegou o microfone e respondeu publicamente, num discurso que soou como um grito de independência:
“Eu não sou ingrato, nem traidor. Sei reconhecer o seu trabalho na cidade de Rio Largo, mas o povo votou no Carlos para ser o prefeito de Rio Largo.”
A fala do prefeito evidencia um rompimento político definitivo com o tio, e representa uma tentativa de marcar território e afirmar que não aceitará ser tutelado, mesmo por aquele que teve papel crucial em sua eleição.
Uma disputa pelo controle do poder
A cena evidencia a crescente disputa entre o passado de Gilberto, que tenta se manter como figura central no comando da máquina pública, e o presente de Carlos, que começa a se impor como prefeito titular. Nos bastidores, já circulam relatos de ameaças, pressões e um ambiente insustentável dentro da prefeitura, com demissões, afastamentos de aliados e substituições silenciosas.
Mesmo ocupando a Secretaria de Governo, Gilberto Gonçalves parece não aceitar o fim de seu ciclo como gestor, tentando manter o controle dos bastidores e decisões da gestão municipal.
A tentativa de intimidação em público apenas escancara o conflito e coloca Carlos Gonçalves em posição delicada, ao mesmo tempo em que ele busca consolidar sua autoridade e autonomia frente à influência do tio.
A população de Rio Largo assiste agora a uma disputa familiar com impactos diretos sobre a governabilidade do município, em um embate que coloca em xeque os limites entre gratidão política e submissão. O futuro dessa relação dependerá da firmeza do atual prefeito em governar com independência — e não sob tutela.
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